Circula pela Internet mensagem atribuída a Frei Beto. Pois bem! "se non e vero, e bene trovato" na essência é possível que sacerdote tenha dito: "as escrituras registram que Jesus passou a vida fazendo o bem , o mesmo se aplica a Francisco de Paula Cândido Xavier, o mais famoso kardecista brasileiro e um dos autores mais lido do País”. Segundo o frei “nos meios católicos contavam-se horrores a respeito do médium de Uberaba. Espíritas e protestantes eram "queimados" na fogueira dos preconceitos até que o papa João XXIII, nos anos 60, abriu as portas da Igreja Católica ao ecumenismo.” Arremata magistralmente o Frei: “Chico Xavier é cristão na fé e na prática. Famoso, fugiu da ribalta. Poderoso, nunca enriqueceu. Objeto de peregrinações a Uberaba, jamais posou de guru. Quem dera que nós, católicos, em vez de nos inquietar com os mortos que escrevem pela mão de Chico, seguíssemos, com os vivos, seu exemplo de bondade e amor".
Como se vê os comentários são atribuídas a um respeitável religioso não-espírita. E, quanto a nós, os espíritas!, como reconhecemos os valores morais de Chico Xavier?
Realizando eventos (congressos)em sua homenagem, excluindo dos “banquetes pomposos” os espíritas pobres com fome de conhecimento? Como está o atual projeto espirita brasileiro? Cremos que deva ser repensado as diretrizes das práticas doutrinárias no Brasil. Para esse escopo consideramos importante trazer para o tema as advertência de Chico Xavier publicado no livro Estudos no Tempo.(1)
Observaremos a seguir que as palavras do Chico são atuais e ecoarão em nossa consciência doutrinária, convidando-nos a um urgente balanço geral, em torno do Movimento Espírita, cujo objetivo deve ser a de reviver o Cristianismo primitivo em sua simplicidade, e que tem na máxima, "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei", a sua expressão maior.(2) E não precisamos fazer um esforço “sobrenatural” para identificar, nas hostes espíritas, um indesejável ranço elitista. Por essa razão Chico alertou "é preciso fugir da tendência à "elitização" no seio do movimento espírita. É necessário que os dirigentes espíritas, principalmente os ligados aos órgãos unificadores, compreendam e sintam que o Espiritismo veio para o povo e com ele dialogar. É indispensável que estudemos a Doutrina Espírita junto às massas, que amemos a todos os companheiros, mas, sobretudo, aos espíritas mais humildes, social e intelectualmente falando, e deles nos aproximarmos com real espírito de compreensão e fraternidade."(3)
Muitas lideranças doutrinárias complicam conteúdos que deveriam ser simples. Coincidentemente, o Cristianismo, durante os três primeiros séculos, era, absurdamente, diferente do Cristianismo oficializado pelo Estado Romano, no Século V. A chama brilhante, nascida na Galiléia, aos poucos, foi esmaecendo, até culminar nas densas brumas medievais. O que se observa, no Movimento Espírita atual, é a reedição da desfiguração do projeto inicial, de 1857. Os comprometidos com o princípio unificacionista brasileiro precisam manter cautela para não perderem o foco do Projeto Espírita Codificado por Allan Kardec, engendrando motivos à separatividade entre os adeptos do Espíritismo. Recordemos que a alma do Cristianismo puro estava estuante nas cidades de Nazaré, Jericó, Cafarnaum, Betsaida, dentre outras, e era diferente daquele Cristianismo das querelas e intrigas de Jerusalém.
Insistimos no tema, lembrando que a ausência de simplicidade observada principalmente nos "centrões espiritas", é lamentável, e, se não formos vigilantes, segundo Chico Xavier, "daqui a pouco estaremos em nossas casas espíritas, apenas, falando e explicando o Evangelho de Cristo às pessoas laureadas por títulos acadêmicos ou intelectuais e confrades de posição social mais elevada. Mais do que justo é que evitemos isso (repetiu várias vezes) a "elitização" no Espiritismo, isto é, a formação do "espírito de cúpula", com evocação de infalibilidade, em nossas organizações."(4)
Chico repreende-nos fraternalmente” quando comenta: "é indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos mensageiros divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios."(5)
Na capital do País há grandes centros onde Kardec é um ilustre desconhecido. São centros que apresentam promessas ilusórias para supostas curas de todos os tipos de “males” físicos e espirituais com as mais estranhas terminologias. Além do que permanecem crescendo em quantidade de frequentadores distantes do conselho sábio de Chico Xavier: "o diálogo entre grupos reduzidos de estudiosos sinceros, apresenta alto índice de rendimento para os companheiros que efetivamente se interessam pela divulgação dos princípios Kardequianos."(6)
Para os que estão comprometidos no projeto "unificacionista", evocamos o médium mineiro, que admoestou com energia: "deveríamos refletir em unificação, em termos de família humana, evitando os excessos de consagração das elites culturais na Doutrina Espírita, embora necessitemos sustentá-las e cultivá-las com respeitosa atenção, mas nunca em detrimento dos nossos irmãos em Humanidade, que reclamem amparo, socorro, esclarecimento e rumo. E acrescenta: "Não consigo entender o Espiritismo sem Jesus e sem Allan Kardec para todos, com todos e ao alcance de todos, a fim de que os nossos princípios alcancem os fins a que se propõem."(7)
Em verdade o Espiritismo sonhado por Kardec era o mesmo Espiritismo que Chico Xavier exemplificou por mais de setenta anos, ou seja, o Espiritismo do Centro Espírita simples, muitas vezes iluminado à luz de lampião; da visita aos necessitados, da distribuição do pão, da “sopa fraterna”, da água fluidificada, do Evangelho no Lar. Sim! O grande desafio da Terceira Revelação deve ser o crescimento, sem perder a simplicidade que a caracteriza como REVELAÇÃO. O evangelho é a frondosa árvore fornecedora dos frutos do amor. Urge entronizar a força da mensagem de Jesus, sem receio dos phd’s espíritas , os kardequiologos de vigília, sem temor das críticas dos espíritas de “gabinete”, dos aventureiros ideológicos que pretendem assumir ou assenhorear as rédeas do Movimento Espírita no Brasil.
O Espiritismo desejável é aquele das origens, o que nos faz lembrar Jesus, ou seja, o Espiritismo Consolador prometido, o Espiritismo em sua feição pura e simples, o Espiritismo do povo (que hoje não pode pagar taxas e ingressar nos Congressos doutrinários), o Espiritismo dos velhos, o Espiritismo das crianças, o Espiritismo da natureza, o Espiritismo “debaixo do abacateiro”. Obrigado, Frei Beto!
Como se vê os comentários são atribuídas a um respeitável religioso não-espírita. E, quanto a nós, os espíritas!, como reconhecemos os valores morais de Chico Xavier?
Realizando eventos (congressos)em sua homenagem, excluindo dos “banquetes pomposos” os espíritas pobres com fome de conhecimento? Como está o atual projeto espirita brasileiro? Cremos que deva ser repensado as diretrizes das práticas doutrinárias no Brasil. Para esse escopo consideramos importante trazer para o tema as advertência de Chico Xavier publicado no livro Estudos no Tempo.(1)
Observaremos a seguir que as palavras do Chico são atuais e ecoarão em nossa consciência doutrinária, convidando-nos a um urgente balanço geral, em torno do Movimento Espírita, cujo objetivo deve ser a de reviver o Cristianismo primitivo em sua simplicidade, e que tem na máxima, "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei", a sua expressão maior.(2) E não precisamos fazer um esforço “sobrenatural” para identificar, nas hostes espíritas, um indesejável ranço elitista. Por essa razão Chico alertou "é preciso fugir da tendência à "elitização" no seio do movimento espírita. É necessário que os dirigentes espíritas, principalmente os ligados aos órgãos unificadores, compreendam e sintam que o Espiritismo veio para o povo e com ele dialogar. É indispensável que estudemos a Doutrina Espírita junto às massas, que amemos a todos os companheiros, mas, sobretudo, aos espíritas mais humildes, social e intelectualmente falando, e deles nos aproximarmos com real espírito de compreensão e fraternidade."(3)
Muitas lideranças doutrinárias complicam conteúdos que deveriam ser simples. Coincidentemente, o Cristianismo, durante os três primeiros séculos, era, absurdamente, diferente do Cristianismo oficializado pelo Estado Romano, no Século V. A chama brilhante, nascida na Galiléia, aos poucos, foi esmaecendo, até culminar nas densas brumas medievais. O que se observa, no Movimento Espírita atual, é a reedição da desfiguração do projeto inicial, de 1857. Os comprometidos com o princípio unificacionista brasileiro precisam manter cautela para não perderem o foco do Projeto Espírita Codificado por Allan Kardec, engendrando motivos à separatividade entre os adeptos do Espíritismo. Recordemos que a alma do Cristianismo puro estava estuante nas cidades de Nazaré, Jericó, Cafarnaum, Betsaida, dentre outras, e era diferente daquele Cristianismo das querelas e intrigas de Jerusalém.
Insistimos no tema, lembrando que a ausência de simplicidade observada principalmente nos "centrões espiritas", é lamentável, e, se não formos vigilantes, segundo Chico Xavier, "daqui a pouco estaremos em nossas casas espíritas, apenas, falando e explicando o Evangelho de Cristo às pessoas laureadas por títulos acadêmicos ou intelectuais e confrades de posição social mais elevada. Mais do que justo é que evitemos isso (repetiu várias vezes) a "elitização" no Espiritismo, isto é, a formação do "espírito de cúpula", com evocação de infalibilidade, em nossas organizações."(4)
Chico repreende-nos fraternalmente” quando comenta: "é indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos mensageiros divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios."(5)
Na capital do País há grandes centros onde Kardec é um ilustre desconhecido. São centros que apresentam promessas ilusórias para supostas curas de todos os tipos de “males” físicos e espirituais com as mais estranhas terminologias. Além do que permanecem crescendo em quantidade de frequentadores distantes do conselho sábio de Chico Xavier: "o diálogo entre grupos reduzidos de estudiosos sinceros, apresenta alto índice de rendimento para os companheiros que efetivamente se interessam pela divulgação dos princípios Kardequianos."(6)
Para os que estão comprometidos no projeto "unificacionista", evocamos o médium mineiro, que admoestou com energia: "deveríamos refletir em unificação, em termos de família humana, evitando os excessos de consagração das elites culturais na Doutrina Espírita, embora necessitemos sustentá-las e cultivá-las com respeitosa atenção, mas nunca em detrimento dos nossos irmãos em Humanidade, que reclamem amparo, socorro, esclarecimento e rumo. E acrescenta: "Não consigo entender o Espiritismo sem Jesus e sem Allan Kardec para todos, com todos e ao alcance de todos, a fim de que os nossos princípios alcancem os fins a que se propõem."(7)
Em verdade o Espiritismo sonhado por Kardec era o mesmo Espiritismo que Chico Xavier exemplificou por mais de setenta anos, ou seja, o Espiritismo do Centro Espírita simples, muitas vezes iluminado à luz de lampião; da visita aos necessitados, da distribuição do pão, da “sopa fraterna”, da água fluidificada, do Evangelho no Lar. Sim! O grande desafio da Terceira Revelação deve ser o crescimento, sem perder a simplicidade que a caracteriza como REVELAÇÃO. O evangelho é a frondosa árvore fornecedora dos frutos do amor. Urge entronizar a força da mensagem de Jesus, sem receio dos phd’s espíritas , os kardequiologos de vigília, sem temor das críticas dos espíritas de “gabinete”, dos aventureiros ideológicos que pretendem assumir ou assenhorear as rédeas do Movimento Espírita no Brasil.
O Espiritismo desejável é aquele das origens, o que nos faz lembrar Jesus, ou seja, o Espiritismo Consolador prometido, o Espiritismo em sua feição pura e simples, o Espiritismo do povo (que hoje não pode pagar taxas e ingressar nos Congressos doutrinários), o Espiritismo dos velhos, o Espiritismo das crianças, o Espiritismo da natureza, o Espiritismo “debaixo do abacateiro”. Obrigado, Frei Beto!
Jorge Hessen
http://jorgehessen.net
Fontes
(1) Xavier Francisco Cândido. Encontros No Tempo, SP: Ed. IDE, 2005
(2) Jo 13,34
(3) Entrevista concedida ao Dr. Jarbas Leone Varanda e publicada no jornal uberabense: "Um encontro fraterno e uma Mensagem aos espíritas brasileiros"). Da Obra "Encontros No Tempo" - Entrevistas Com O Médium Francisco Cândido Xavier, Assistido Pelo Espírito De Emmanuel.Organização E Notas: Hércio Marcos Cintra Arantes
(4) idem
(5) idem
(6) Entrevista ao Jornal Unificação, de São Paulo/SP, e publicada em sua edição de julho/agosto de 1977, com o título: "Nosso jornal entrevista Chico Xavier"). Da Obra "Encontros No Tempo" - Entrevistas Com O Médium Francisco Cândido Xavier, Assistido Pelo Espírito De Emmanuel. Organização E Notas: Hércio Marcos Cintra Arantes
(7) idem
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente o texto aqui .