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  • sábado, 8 de maio de 2010

    DOUTRINA ESPÍRITA QUER DIZER DOUTRINA DO CRISTO


    A convicção religiosa é importante, mas, se elegemos a Doutrina Espírita, como base de prática mediúnica, por exemplo, “não podemos negar-lhe fidelidade.”(1) Por isso é importante  preservar a fidedignidade a Kardec nas funções educativas da mediunidade. Cremos que “só a Doutrina Espírita permite-nos o livre exame, com o sentimento livre de compressões dogmáticas, para que a fé contemple a razão, face a face”.(2)
        Considerando outros credos religiosos , sabemos que, se as religiões "preparam" as almas para punições e recompensas no além-túmulo, só os conceitos espíritas elucidam que todos colheremos conforme a plantação que tenhamos lançado à vida, sem qualquer privilégio na Justiça Maior.  A Doutrina dos Espíritos, codificada pelo mestre de Lyon,  nos oferece a chave precisa para a verdadeira interpretação do Evangelho e da mediunidade, por representar em si mesmo a liberdade e o entendimento.
        Estranhamente conhecemos confrades que afirmam ser o Espiritismo obrigado a misturar-se com todas as fantasias aventureiras de outros credos e com todos os exotismos religiosos, sob pena de fugir aos impositivos da fraternidade que veicula. Isso é falácia! É mister acautelar-nos sobre esse sedutor ecletismo, “buscando dignificar a Doutrina que nos consola e liberta, vigiando-lhe a pureza e a simplicidade para que não colaboremos, sub-repticiamente, nos vícios da ignorância e nos crimes do pensamento.”(3)
        O legado da tolerância cristã não nos exime da necessária advertência verbal ante às enxertias conceituais e práticas anômalas que alguns confrades intentam impor nas hostes kardecianas. Não obstante repelir as atitudes extremas,  não podemos prescindir da vigilância exigida pela beleza dos postulados espíritas  e não hesitemos, quando a situação se impõe, no alerta sobre a fidelidade que devemos a Kardec e a Jesus.
        Importa não esquecermos que nas mínimas concessões descaracterizamos o projeto da Espiritualidade. É óbvio que o esforço pela fidelidade doutrinária sem vivê-la é consolidar focos de confusão, impondo normas para os outros, despreocupados da própria vigília. Desta forma, para evitarmos determinadas práticas perfeitamente dispensáveis em nome do Espiritismo, entendamos que prática de fidelidade aos preceitos espíritas é processo de aprendizagem com responsabilidade nas bases da dignidade cristã, sem quaisquer resquícios de fanatismo, tendente a impossibilitar discussão sadia em torno de questões polêmicas. Não esqueçamos, entretanto,  que médium espírita-cristão deve ser o nosso caráter, ainda mesmo nos sintamos em reajuste, depois da queda. Médium espírita-cristão deve ser a nossa conduta, ainda mesmo que estejamos em duras experiências. Médium espírita-cristão deve ser a  marca  do nosso ser, ainda mesmo respiremos em aflitivos combates conosco mesmo.
        Assumir compromissos, em qualquer área de ação dos arraiais espíritas, constitui possibilidade de engrandecimento espiritual, se compreendermos o caráter divino do Consolador Prometido. Lamentavelmente, contudo, no movimento espírita ainda existe enorme percentagem de confrades  desinformados,  relativamente à grandeza da Doutrina Espírita. Grande número de médiuns procura prazeres envenenados ante os apelos sedutores da vida terrena nesse particular. Os que se identificam, contudo, na perseguição à ilusão arrasadora vivem ainda distantes das legítimas noções de responsabilidade e devem ser colocados à margem de qualquer apreciação. Até porque os conceitos doutrinários não falam aos espíritos (infantilizados), embriões da espiritualidade, mas às inteligências e corações que já se mostram suscetíveis de receber-lhes a lição.
        Os médiuns, admitidos nos grupos espíritas, precisam compreender a complexidade e excelsitude do trabalho que lhes assiste. É compreensível que se interessem pelo mundo, pelos acontecimentos do dia a dia, todavia, é imprescindível não perder de vista que o compromisso no lar e junto ao centro espírita que frequenta é de grave responsabilidade, onde se deve atender aos desígnios divinos, no tocante aos serviços mais importantes que lhes foram conferidos.
        Receber encargos na mediunidade é alcançar nobres títulos de confiança. Por isso, educar e exercitar os atributos psíquicos e aperfeiçoá-los não é serviço do menor esforço. Muitos  médiuns vivem desviados, através de vários modos, seja nos comportamentos místicos ou na demasia de exigência fenomênica. Todavia, à luz do Ensinamento do Cristo, caminharão todos no rumo da era do espírito, compreendendo que, se para ser médium  são necessários profundos exercícios de disciplinas, à frente dessas qualidades deve brilhar o necessário esforço do equilíbrio.
        “Doutrina Espírita quer dizer Doutrina do Cristo. E a Doutrina do Cristo é a doutrina do aperfeiçoamento moral em todos os mundos. Guardemo-la, pois, na existência, como sendo a nossa responsabilidade mais alta, porque dia virá em que seremos naturalmente convidados a prestar-lhe contas.”(4) 
        Jorge Hessen
        Fonte 
      (1) Xavier, Francisco Cândido. Religião dos Espíritos, ditado pelo Espírito Emmanuel, RJ:Ed.    FEB, 2003
        (2) idem
        (3) idem
        (4) idem

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