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  • quinta-feira, 14 de outubro de 2010

    PESQUISAS COM AS CÉLULAS TRONCO EMBRIÔNICAS, MITOS , CRENDICES E FOBIAS



    Cientistas americanos conseguiram que uma mulher de 42 anos tivesse um filho saudável a partir de um embrião que permaneceu congelado por quase 20 anos. A técnica foi aplicada no Instituto Jones de Medicina Reprodutiva, da Escola de Medicina de Eastern Virginia, em Norfolk, na Virgínia. Os médicos descongelaram cinco embriões que haviam sido doados anonimamente por um casal que realizara o tratamento de fertilização na clínica 20 anos antes. No Brasil, há o caso de uma mulher do interior de São Paulo que deu à luz um bebê nascido de um embrião que ficara congelado por oito anos.
    O tema nos impõe uma reflexão sobre “pesquisas com células embriônicas”, pois a utilização dessas células é complexa e muitas outros questionamentos podem ser feitos. Sobre esses estudos os esclarecimento dos Benfeitores Espirituais praticamente inexistem. Todavia,  reconhecemos que o projeto demonstra o esforço da ciência humana. Lembrando que “as pesquisas com células-tronco embrionárias só poderão ser realizadas, segundo a Lei,  se elas forem obtidas através de fertilização in vitro e estiverem congeladas há mais de três anos"(1)
    O assunto deve e pode ser debatido de forma imparcial, e livre do ranço obscurantista dos idos medievais, levando-nos a conclusões futuras mais satisfatórias. Creio que "defender as pesquisas com células-tronco embrionárias para fins terapêuticos mais do que um posicionamento técnico-científico é a defesa dos Direitos Humanos, da Dignidade da Pessoa Humana"(2) Não adianta posicionamento radical, até porque, a proposta científica é a da utilização irreversível, em pesquisa, dos embriões excedentes nas clínicas de reprodução assistida.
    Será que os embriões congelados, nos quais se encontram as células-tronco embrionárias, têm potencial de vitalidade que não se pode transformar? Alguns crêem ser um "aborto", mas não percorremos nessa direção. Recordemos "o Livro dos Espíritos", cuja resposta esclarece o que segue: "há corpos que jamais tiveram um Espírito designado", ou seja, há “corpos físicos que se desenvolvem sem que haja a finalidade da reencarnação.”(3)  

    Como compreendermos os casos de gestação frustrada quando não há Espírito reencarnante para arquitetar as formas do feto? Sobre isso encontramos no no  ítem 13 da Segunda parte do Livro Evolução em Dois Mundos, a seguinte explicação de André Luiz: "Em todos os casos em que há formação fetal, sem que haja a presença de entidade reencarnante, o fenômeno obedece aos moldes mentais maternos. Dentre as ocorrências dessa espécie há, por exemplo, aquelas nas quais a mulher, em provação de reajuste do centro genésico, nutre habitualmente o vivo desejo de ser mãe, impregnando as células reprodutivas com elevada percentagem de atração magnética, pela qual consegue formar com o auxílio da célula espermática um embrião frustrado que se desenvolve, embora inutilmente, na medida de intensidade do pensamento maternal, que opera, através de impactos sucessivos, condicionando as células do aparelho reprodutor, que lhe respondem aos apelos segundo os princípios de automatismo e reflexão. Em contrário, há, por exemplo, os casos em que a mulher, por recusa deliberada à gravidez de que já se acha possuída, expulsa a entidade reencarnante nas primeiras semanas de gestação, desarticulando os processos celulares da constituição fetal e adquirindo, por semelhante atitude, constrangedora dívida ante o Destino.”(4)
    Se há um planejamento reencarnatório com o concurso de Espíritos superiores, por que eles iriam designar um Espírito, com provas a cumprir, a um conjunto de células que seria, apenas, matéria orgânica e que não teria, em sua finalidade, a evolução da gestação?
    Utilizar células-tronco embrionárias, nesse sentido, não será uma afronta às Leis naturais, mas uma enorme contribuição científica para a Humanidade, possibilitando melhorar a vida física dos seres reencarnados.
    Quanto à neurastenia sobre o uso impróprio das células-embriônicas, mantenhamos a confiança , pois a Ciência, colaboradora inconteste do progresso, saberá lidar cada vez melhor com as técnicas que envolvem o assunto. A questão, em que pese o nosso convencimento, demonstrado em vários artigos que publicamos, é demasiadamente complexa e, óbvio, não detemos o argumento final! É preciso considerar que minha opinião sobre o assunto não é necessariamente uma posição da Doutrina Espírita, é uma opinião particular. Todavia, seja qual for a opinião que qualquer outro espírita contrárias aos arrazoados aqui expressos, obviamente que não se trata de uma posição do Espiritismo, e sim ainda será uma opinião pessoal que será mais tarde melhor esclarecida pelos resultados das práticas científicas.
    Os Mentores espirituais são inteligentes o suficiente para saberem que tal ou qual óvulo será ou não destinado à produção de células-tronco para fins terapêuticos e, portanto, que nenhum espírito deverá estar ligado a ele. Acreditamos nisso, ou, então, estaremos sob o guante da “lei da casualidade” e o “acaso” não consta no dicionário espírita.
    A literatura complementar à Doutrina revela que o fenômeno da reencarnação humana é por demais complexo, sendo confiado, normalmente, aos Espíritos elevados. André Luiz nos explica que as Leis Divinas são Universais. Como tal, é natural que a reencarnação obedeça também a princípios automáticos, tendo em vista, sobretudo, que esse processo se repete há bilhões de anos. Em  "Nas Fronteiras da Loucura", Manoel F. Miranda,  afirma que líderes das sombras (especialistas em magnetismo) conhecem as técnicas reencarnatórias e até as executam na Terra.”(5)
    A fecundação é um processo de criação e esta, necessariamente, se submete ao princípio do "nada se cria sem que à criação presida um desígnio."(6) Considerando que nos embriões congelados, pode haver Espíritos ligados ou não , a priori não vemos sentido em se "grudar" um espírito a um embrião que jamais se desenvolverá, a não ser se for por ajuste cármico, como sucede hoje com o aborto não provocado.(7)
    É bem verdade que não possuímos instrumentos precisos para saber se há ou não DESENCARNADOS destinados a tal ou qual embrião congelado, mas, também estamos convencidos de que, entre tentar fazer algo em nome da ciência, visando à saúde dos ENCARNADOS, ou deixar de fazê-lo, por receios ou neurastenias incontidas dos impactos de consciência que vigem nos imaginários de alguns, por cristalizado atavismo religioso, é inaceitável e extemporâneo entrave à evolução científica.
    Não nos esqueçamos de que o homem de ciência está na Terra como colaborador de Deus, para ajudá-Lo a melhorar a natureza. Excetuando-se os embriões que, efetivamente, não serão aproveitados para a gestação, e que se perderão após três anos de congelamento, há também outras alternativas, na busca de terapias das doenças degenerativas, de curso irreversível.
    A ciência deve avançar sem os cabrestos da ortodoxia igrejeira, até porque, de seu impulso, também depende o desenvolvimento da criatura, mas, obviamente, os caminhos utilizados não podem violar o que, igualmente, já se conquistou como valores imarcescíveis.
    Do exposto, não temamos os avanços científicos, até porque, o Espiritismo está profundamente vinculado à pesquisa, à investigação, à ciência, através do seu trabalho intérmino no processo da evolução. Se o homem vai ou não utilizar o produto das pesquisas científicas para o bem ou para o mal, não esbugalhemos os olhos, não mergulhemos em sofreguidões inúteis,  fiquemos harmonizados n’alma até porque quando testamos a bomba atômica sobre Hiroshima e Nagasaki, sofremos o terror da fissão nuclear. No entanto, aí estão os átomos para a paz mundial.

    Jorge Hessen

    Fontes
    (1)           Revista Veja editada em 03 de Março de 2005
    (2)           Barone, Alexandre, "A proximidade de uma esperança adiada", artigo disponível emacesso em 11/03/2008- Barone é presidente do Conade - Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência
    (3)           Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro:Ed FEB, 2001, perg. 356
    (4)          Xavier, Francisco Cândido. Evolução em dois Mundos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 1997
    (5)           Franco, Divaldo Pereira. Nas Fronteiras da Loucura, Salvador: ed. Leal, 2000
    (6)           Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro:Ed FEB, 2001, perg. 336
    (7)           Hessen, Jorge, CIENTISTAS ESTARIAM SUBVERTENDO A ORDEM DIVINA AO MANIPULAR CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS? - Artigo publicado em 06.04.05, disponível no site Acesso em 10-03-08

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