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  • domingo, 14 de junho de 2009

    CONSEQÜÊNCIAS DO FUMO


    Atualmente, é fato consumado que "mais de 80% das empresas evitam contratar trabalhadores tabagistas." (1) Consoante pesquisa da Catho Online, "mais de 81% dos empregadores consultados declararam ter alguma restrição à contratação de fumantes. Entre 2000 e 2005, o índice de rejeição era de 77%, hoje, supera os 80%". (2) Isso tem uma explicação cristalina. As causas estão, principalmente, na saúde do fumante e das pessoas que convivem com ele. Ressalte-se que, além de a produtividade no trabalho ser prejudicada, os pulmões dos fumantes, e de quem estiver no mesmo ambiente que eles, ficam expostos à, pelo menos, 43 substâncias comprovadamente cancerígenas. Estudos recentes, realizados pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer), apontam que, "pelo menos, 2.655 não-fumantes morrem a cada ano no Brasil, por doenças provocadas pelo tabagismo passivo". (3) Isso equivale a sete mortes por dia, o que podemos afirmar que o tabagismo passivo mata mesmo!!
    Na contramão desses argumentos, das campanhas do Ministério da Saúde e das decisões de diversas prefeituras e governos estaduais, restringindo o fumo em lugares públicos, o Presidente Luiz Inácio da Silva, recentemente, fez apologia ao uso do cigarro em qualquer lugar. "(4) Ao ser questionado por jornalistas sobre outro decreto, que proíbe o fumo no Palácio do Planalto, o presidente lançou a pérola: "Menos na minha sala" (!?). (5) De fato, as normas legais [Lei nº 9.294, de 15 de julho de 1996, e o Decreto n.º 2.018, de 1996], proíbem o uso de cigarro ou qualquer outro produto do gênero em recinto coletivo, privado ou público, salvo em área destinada, exclusivamente, a esse fim, "devidamente isolada ou com arejamento conveniente". Na prática, como observamos, essas normas não são cumpridas no Palácio do Planalto.
    O coordenador do ambulatório de tabagismo, do Hospital das Clínicas de São Paulo, Montezuma Pereira, identificou dois equívocos no tresloucado arroubo presidencial. O médico disse que é uma desconsideração ao perigo do fumo passivo e, o outro, desobediência à lei. (6) Segundo cremos, é uma brutal impiedade às vítimas do tabagismo, um chefe de estado defender o hábito de fumar em qualquer lugar.
    Todo fumante, seja ele um servidor público ou um trabalhador da iniciativa privada, consome, em média, dez cigarros por dia e isso representa um tempo desperdiçado, ocioso, um ato inábil, em que o dinheiro, público ou privado, é jogado no ralo. O cigarro carrega ainda uma imagem negativa que as empresas e os órgãos públicos precisam evitar. Não sem razão, os fumantes estão sendo submetidos a restrições cada vez mais intensas, e que tendem a aumentar no futuro. Aliás, não poderia ser de outra maneira. Devemos pautar as nossas atitudes e as nossas regras de conduta, na sociedade, pelos resultados de pesquisas científicas bem conduzidas. Gostem ou não os fumantes, o século XX testemunhou as importantes descobertas sobre os malefícios do fumo para a saúde. Graças ao aprimoramento das técnicas de investigação epidemiológica, muito se sabe sobre o assunto. Há oito anos (em 2000), um Relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), considerou o tabagismo a maior pandemia de todos os tempos.
    A nicotina, de alguma forma, ainda não compreendida pela medicina, abre certas "portas" no sistema nervoso, que ficam escancaradas para sempre. Um pouco de droga, que volte a passar por elas, e a dependência se reinstala. "Só não provoca mais liberação de dopamina que a cocaína e as anfetaminas. O uso dessas drogas deixa a pessoa feliz e a torna escrava do prazer" (7) A explicação corrente é que a nicotina, para agir no cérebro, e provocar sensação de "bem-estar", imita a ação da acetilcolina. Como moléculas usurpadoras, a nicotina se encaixa nos receptores cerebrais que, estimulados, produzem mais neurotransmissores (dopamina), que regulam a sensação de prazer. Quando o estímulo de produção dopamínica é interrompido por alguns instantes, o sistema nervoso central se desequilibra e o fumante acende o próximo cigarro. É o momento em que a nicotina se encaixa, novamente, nos receptores cerebrais, recomeçando o ciclo.
    Seja qual for a causa primeira do vício do tabaco, como, por exemplo: curiosidade; propagandas televisivas vinculadas ao modismo; insegurança psicoemocional; idéia equivocada de quem intenta emagrecer; ou por hábitos de determinadas culturas, gera um condicionamento psíquico, sedimentado, por causa da maneira sutil com que atua no organismo, minando as energias psicofísicas daquele que a esse vício se entrega.
    Ante a lupa Espírita, sabe-se que a mediunidade não gera, por si só, o hábito vicioso, mas o médium que fuma está, inevitavelmente, sob uma influência obsessiva (transforma-se numa piteira humana dos fumantes desencarnados que, a cada tragada, sorvem suas baforadas quentinhas). "Não se sabe o que tem causado maior dano aos espíritas: se as obsessões espetaculares, individuais e coletivas, que todos percebem e ajudam a desfazer ou isolar, ou se essas "meio-obsessões" de "quase-obsidiados", despercebidas, contudo bem mais freqüentes, "que minam as energias não só de uma criatura incauta, mas influenciam o roteiro de legiões de outras." (8)
    O tabagismo atormenta os desencarnados viciados que se angustiam ante a vontade de fumar irresistivelmente potencializada. O grave da situação é a inexistência de indústrias de tabacos e cigarros na Erraticidade para "abastecer" desencarnados fumantes. "Em face disso, estes tabagistas do Além, para materializarem suas tragadinhas, tornam-se protagonistas da subjugação, transformando-se em artífices da vampirização sobre os encarnados tíbios de vontade, que ainda se locupletam nas deletérias baforadas do malcheiroso cigarro" (9), como citamos acima.
    O tabagista recebe da Doutrina Espírita, além de informações fornecidas pela medicina tradicional quanto aos malefícios gerados pelo fumo, o alerta contra as obsessões e as desastrosas conseqüências na estrutura sutil do perispírito, fator este a exigir atenções especiais e procedimentos profundos na mentalização do fumante. Os Espíritos Superiores também classificam o tabagismo como um grande obstáculo para as tarefas mediúnicas. Sendo um gerador de patologias graves e de dependências, merece do médium uma batalha sem trégua. Porém, a tarefa de descontaminação nicotínica deverá ocorrer sem violentação da consciência, lembrando que, somente, ajudando-se com firmeza é que o médium tabagista se livrará do vício, lembrando, porém, que a solução não "cairá do céu", apesar do céu. (como fonte de energias do bem).
    Como se observa, para abandonar o vício de fumar é preciso que o médium readquira o poder da vontade que se estiolou diante da prepotência, do autoritarismo da nicotina e seus sequazes. O médium viciado é aquele que perde o comando da própria vontade. Considerando que as mentes no além-túmulo não se desvinculam com facilidade deste foco, que alimenta seus desregramentos de fumante terreno, é fundamental que o esforço para a libertação do vício comece por aqui, na atual reencarnação, e o quanto antes melhor!.
    Diante do exposto, compete-nos ajudar nossos irmãos e irmãs (sobretudo médiuns), que se encontram sob o jugo do vício do tabaco, a se livrarem desta forma sutil de mergulhar num tipo de suicídio inconsciente.


    Jorge Hessen
    E-Mail: jorgehessen@gmail.com
    Site: http://jorgehessen.net
    FONTES:
    (1)Segundo dados colhidos num trabalho sobre saúde, da jornalista Magaly Sônia Gonzales, publicado na revista "Isto É", de julho de 2000, "o vício do fumo foi adquirido pelos espanhóis, junto aos índios da América Central, que o encontraram nas adjacências de Tobaco, província de Yucatán. Um dos primeiros a cultivar o tabaco na Europa foi o Monsenhor Nicot, embaixador da França, em Portugal, de onde se derivou o nome nicotina, dado à principal toxina nele contida.
    (2) disponível em acesso em 12/06/2008
    (3) disponível em acesso em 10/09/2008
    (4) Disponível em acesso em 11/09/2008
    (5) Um estudo realizado em 1993 pela Agência para Proteção do Meio ambiente (EPA, em inglês) concluiu que a fumaça de cigarro no ambiente é um carcinógeno do Grupo A, o mais perigoso. A EPA ainda afirma que a inalação passiva da fumaça de cigarro é responsável pelo câncer de pulmão que mata 3.000 pessoas todo o ano nos Estados Unidos.
    (6) Disponível em acesso em 11/09/2008
    (7) disponível em acesso em 10/09/2008
    (8) Xavier, Francisco Cândido e Vieira Waldo. Estude E Viva, Ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: ed.FEB, 2001
    (9) disponível em acesso em 11/09/2008

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