Kardec comenta na edição de dezembro da Revista Espírita de 1863, sobre as etapas do projeto Espírita na Terra.(1) Cita a primeira etapa como o da curiosidade (mesas girantes), a etapa seguinte o filosófico (com a publicação de O Livro dos Espíritos), a terceira etapa Kardec nominou de “período da luta”. Aqui evocamos o Cristo que disse: "Felizes os que sofrem perseguição por amor à justiça, porque deles é o reino dos céus.”(2) Para alguns estudiosos esse período iniciou em 09 de outubro de 1861, com o Auto-de-fé de Barcelona. Protagonizado por Antonio Palau y Termens, Bispo de Barcelona à época. Sob a ótica de Palau, os 300 volumes a saber: O livro dos espíritos, O livro dos médiuns, O que é o Espiritismo, Revue Spirite, Revue Spiritualiste, dirigida por Piérart, Fragmento de sonata, de Mozart (médium B.-Dorgeval), Carta de um católico sobre o Espiritismo (pelo dr. Grand, vice-cônsul de França), História de Joana d´Arc (médium Ermance Dufaux), A realidade dos espíritos demonstrada pela escrita direta (do Barão de Guldenstubbé) enviados por Kardec a Maurice Lachâtre, escritor e editor francês, eram contrários à moral e à fé católica, razão pela qual os volumes foram incinerados em praça pública.
O período de luta permaneceu. A 16 de junho de 1875 , Ministério Público francês moveu processo contra Pierre-Gaëtan Leymarie - na qualidade de sucessor de Kardec na gerência da "Sociedade para a continuação das obras espíritas de Allan Kardec" (antiga "Sociedade Anônima do Espiritismo") e da "Revue Spirite" (Leymarie ficou um ano preso e é considerado o primeiro mátir do Espiritismo). Na “Pátria do Evangelho” , durante o Governo Vargas (1941- 1945) foram expedidas portarias do Chefe de Polícia perseguindo às Sociedades Espíritas, inclusive com fichamento dos dirigentes espíritas. A Federação Espírita Brasileira teve suas portas fechadas (o Presidente da FEB – Antonio Wantuil de Freitas – foi interrogado no Ministério da Justiça por um General, um Almirante e o próprio Ministro). Em 1944 a viúva do escritor Humberto de Campos promoveu em Juízo uma ação declaratória contra a FEB e Francisco Cândido Xavier (perdeu em todas as instâncias).
Segundo Kardec a etapa das lutas determinará uma nova fase do Espiritismo e levará ao quarto período, que será o período religioso. “No Brasil, especialmente, sem prejuízo dos demais aspectos da Doutrina, é inegável a inclinação da imensa maioria dos adeptos pelas consolações que ela proporciona, dando à Fé uma nova dimensão, conciliando-a com a Razão.” (3) É o Cristianismo, como expressão atualizada da Mensagem Eterna do Mestre, revivida no Consolador. Depois virá a quinta, etapa intermediária, conseqüência natural do precedente, e que mais tarde receberá sua denominação característica. O sexto e último período será o da regeneração social, que abrirá a era do espírito. Para o mestre lionês, nessa época, todos os obstáculos à nova ordem de coisas determinadas por Deus para a transformação da Terra terão desaparecido. A geração que surgir estará imbuída de idéias novas, estará em toda sua força e preparará o caminho da que há de inaugurar o triunfo definitivo da união, da paz e da fraternidade entre os homens, confundidos numa mesma crença, pela prática da lei evangélica.
Mas, Francisco Thiensen, ex-presidente da FEB afirma que o Codificador apressou-se, por conta própria, em fixar o tempo para cada um dos períodos. Na verdade, estamos agora vivendo o período religioso do Espiritismo, máxima no Brasil, onde, faz mais de cem anos, "os verdadeiros espíritas, ou melhor, os espíritas cristãos", o têm apresentado qual ele é, na sua mensagem cristã e renovadora do espírito humano. Talvez já se avizinhe o período intermediário, que será, como esclarece o Codificador, "conseqüência natural do precedente", e, a nosso ver, deverá levar o homem a um novo passo no conhecimento de si mesmo e do chamado mundo invisível, a evidenciar para materialistas e negativistas empedernidos o princípio fundamental em torno do qual gira o nosso destino: Deus e a imortalidade da alma.”(4)
Tenhamos bom ânimo! “Que importam as emboscadas que nos armem pelo caminho! Somente lobos caem em armadilhas para lobos, porquanto o pastor saberá defender suas ovelhas das fogueiras imoladoras. Marchemos, pois, avante, sem desânimos! Diante de nós os grandes batalhões dos incrédulos se dissiparão, como a bruma da manhã aos primeiros raios do Sol nascente.”(5) O Mundo vive um crucial momento de transição. de sofrimentos e de inquietações, atingindo-nos a todos. Em compensação, nas fileiras espíritas já existe a consciência de que soou a hora da grande arrancada para a Fraternidade, para a Compreensão.
Ditosos seremos os que houvermos trabalhado no campo do Cristo, com desinteresse, sem mercantilismos doutrinários, sem elitismos e sem outro móvel, senão a caridade! Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Mestre Jesus, possa se dar por satisfeito ao encontrar respeitada ao limite máximo a obra do Amor entre os homens.
O período de luta permaneceu. A 16 de junho de 1875 , Ministério Público francês moveu processo contra Pierre-Gaëtan Leymarie - na qualidade de sucessor de Kardec na gerência da "Sociedade para a continuação das obras espíritas de Allan Kardec" (antiga "Sociedade Anônima do Espiritismo") e da "Revue Spirite" (Leymarie ficou um ano preso e é considerado o primeiro mátir do Espiritismo). Na “Pátria do Evangelho” , durante o Governo Vargas (1941- 1945) foram expedidas portarias do Chefe de Polícia perseguindo às Sociedades Espíritas, inclusive com fichamento dos dirigentes espíritas. A Federação Espírita Brasileira teve suas portas fechadas (o Presidente da FEB – Antonio Wantuil de Freitas – foi interrogado no Ministério da Justiça por um General, um Almirante e o próprio Ministro). Em 1944 a viúva do escritor Humberto de Campos promoveu em Juízo uma ação declaratória contra a FEB e Francisco Cândido Xavier (perdeu em todas as instâncias).
Segundo Kardec a etapa das lutas determinará uma nova fase do Espiritismo e levará ao quarto período, que será o período religioso. “No Brasil, especialmente, sem prejuízo dos demais aspectos da Doutrina, é inegável a inclinação da imensa maioria dos adeptos pelas consolações que ela proporciona, dando à Fé uma nova dimensão, conciliando-a com a Razão.” (3) É o Cristianismo, como expressão atualizada da Mensagem Eterna do Mestre, revivida no Consolador. Depois virá a quinta, etapa intermediária, conseqüência natural do precedente, e que mais tarde receberá sua denominação característica. O sexto e último período será o da regeneração social, que abrirá a era do espírito. Para o mestre lionês, nessa época, todos os obstáculos à nova ordem de coisas determinadas por Deus para a transformação da Terra terão desaparecido. A geração que surgir estará imbuída de idéias novas, estará em toda sua força e preparará o caminho da que há de inaugurar o triunfo definitivo da união, da paz e da fraternidade entre os homens, confundidos numa mesma crença, pela prática da lei evangélica.
Mas, Francisco Thiensen, ex-presidente da FEB afirma que o Codificador apressou-se, por conta própria, em fixar o tempo para cada um dos períodos. Na verdade, estamos agora vivendo o período religioso do Espiritismo, máxima no Brasil, onde, faz mais de cem anos, "os verdadeiros espíritas, ou melhor, os espíritas cristãos", o têm apresentado qual ele é, na sua mensagem cristã e renovadora do espírito humano. Talvez já se avizinhe o período intermediário, que será, como esclarece o Codificador, "conseqüência natural do precedente", e, a nosso ver, deverá levar o homem a um novo passo no conhecimento de si mesmo e do chamado mundo invisível, a evidenciar para materialistas e negativistas empedernidos o princípio fundamental em torno do qual gira o nosso destino: Deus e a imortalidade da alma.”(4)
Tenhamos bom ânimo! “Que importam as emboscadas que nos armem pelo caminho! Somente lobos caem em armadilhas para lobos, porquanto o pastor saberá defender suas ovelhas das fogueiras imoladoras. Marchemos, pois, avante, sem desânimos! Diante de nós os grandes batalhões dos incrédulos se dissiparão, como a bruma da manhã aos primeiros raios do Sol nascente.”(5) O Mundo vive um crucial momento de transição. de sofrimentos e de inquietações, atingindo-nos a todos. Em compensação, nas fileiras espíritas já existe a consciência de que soou a hora da grande arrancada para a Fraternidade, para a Compreensão.
Ditosos seremos os que houvermos trabalhado no campo do Cristo, com desinteresse, sem mercantilismos doutrinários, sem elitismos e sem outro móvel, senão a caridade! Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Mestre Jesus, possa se dar por satisfeito ao encontrar respeitada ao limite máximo a obra do Amor entre os homens.
Jorge Hessen
http://jorgehessen.net
Fontes:
(1) Kardec, Allan. Revista Espírita, 1863, Editora Edicel.
(2) Mateus, 5: 10-12
(3) Borges, Juvanir. Os Períodos do Espiritismo (artigo) disponível em http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/movimento/periodos-do-espiritismo.html
(4) Zêus Wantuill & Francisco Thiesen. "Allan Kardec", vol. I,II,III, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1998
(5) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2008, Cap. XX, item 4
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