Há 60 anos, a absorvente “psiquiatrização” da terapêutica das enfermidades mentais foi robustecida com o advento das primeiras drogas facilmente absorvida no Sistema Nervoso Central, porém seu uso tornou-se abusivo e indiscriminado, cristalizando a doença mental crônica e incapacitante. Mais recentemente, todavia e felizmente outras terapias têm surgido a exemplo da arteterapia e outras técnicas expressivas, todas consideradas intervenções admiráveis dentro desse novo “approach” (enfoque) mais humano.
Há grande contingente de expressão, viabilizados por atividades atreladas à música e ao teatro, trabalhando a ampliação da comunicação com o mundo interno e externo. A metodologia, enquanto manifestação criativa do ser humano na sua luta interior, tem sido resgatada enquanto prática terapêutica na assistência em saúde mental e destina-se tanto a transtornos neuróticos como psicóticos.
No anfiteatro da psiquiatria, pesquisadores mais atrevidos já incluíam algumas doenças de origens nervosas e mentais, sendo induzidas pela influência de seres extracorpóreos (espíritos); no entanto, os convencionalismos da época evitaram que as pesquisas com esse viés espiritual avançassem. Malgrado poucos informes científicos, há muitas evidências de que o processo obsessivo ou a imantação e interposições de magnetismos deletérios desempenha ação terrível na fisiopatogenia das enfermidades no corpo físico e espiritual, e, às vezes, evoluindo com quadros gravíssimos.
A ação obsessiva espiritual , sob qualquer ocorrência que se exprima, é moléstia muitas vezes de longo caminho, exigindo terapêutica especializada, de segura aplicação e de resultados que não se fazem sentir imediatamente. A atuação mental e magnética do obsessor sobre o cérebro, se não forem retiradas em tempo hábil, dará, basicamente, em resultado, a consternação daquele órgão, tanto mais intenso quanto mais período encontrar-se sob a influência destruidora daqueles fluidos.
Para os tratamentos de ordem psíquico e mental é importante a formulação quimioterápica (sedativos, antidepressivos e medicamentos de ação central. Consideramos a importância dos eletrochoques ) embora muito raramente, apenas nos casos de difícil remissão (casos catatônicos) ou de extrema resistência à quimioterapia; a psicoterapia – segundo as técnicas usuais, de escolha do terapeuta (aliada, sempre que possível, à noção de reencarnação); a psicanálise profunda – (calcada, sempre que possível, na pluralidade das existências); e, como vimos acima, a terapia ocupacional – mantendo o paciente ocupado em trabalho que o atraia e de seu interesse, de modo a mantê-lo afastado de seus pensamentos doentios; a ludoterapia – divertimentos sadios e cultivo de esportes (ginástica, natação, e outros tipos de exercícios); a musicoterapia – o senso musical talvez seja o último elo que o doente mental perde e deve ser cultivado com carinho; a reeducação – através de contatos freqüentes com assistentes sociais e palestras educativas.
Ainda, sob o ponto de vista das alternativas médicas, ressaltamos a importância da homeopatia, acupuntura e todos os esforços no sentido de levar o indivíduo a uma busca objetiva diante da vida, sem culpas, sem cobranças, valorizando a sua auto-estima, o pensamento positivo e a força de vontade.
Os espíritas sensatos devem respeitar as orientações dos profissionais da área de saúde, evitando equívocos como: fazer diagnósticos, trocar e/ou suspender medicamentos e, às vezes, tornar o quadro dos pacientes mais graves que verdadeiramente o são. Por outro lado caberia aos médicos, ao tratar seus pacientes, admitindo a hipótese de influência espiritual, ainda que não comprovada, academicamente, pedir ajuda às casas espíritas que exercem suas atividades com objetivos sérios, seguindo os postulados do Cristo e os preceitos da Doutrina Espírita.
Apesar de todos os esforços, às vezes, é difícil fazer um diagnóstico diferencial específico, considerando que os sinais e sintomas são idênticos, tanto na loucura, propriamente dita, com lesões cerebrais, quanto nos processos obsessivos, onde há grande perturbação na transmissão do pensamento.
O tratamento espiritual, oferecido na Casa Espírita bem orientada, não dispensa tratamento médico. O prognóstico, de modo geral, poderá ser bom ou ruim, considerando todos os fatores envolvidos, especialmente, o interesse do obsedado em profundas transformações íntimas e a boa vontade da família em dar-lhe toda a assistência possível sob todos os aspectos.
O Espiritismo e a medicina, no futuro, poderão se entender não se contradizendo, todavia de unidas, marchando conectadas, procurando todos os expedientes disponíveis no sentido de atenuar a agonia do doente. Caso contrario, a medicina boiará em um mar de dúvida, enquanto esperar que a demência está amarrada, unicamente, no universo cerebral. A ciência precisa distinguir as causas físicas das causas morais, para poder aplicar às moléstias os meios correlativos.
Portanto, uma excelente proposta para tratamento dos portadores de doenças psíquicas é a participação em reuniões de desobsessão. No caso do obsessor (encarnado e desencarnado), ele terá a oportunidade de comparecer à reunião, onde deverá ser recebido com muito amor, visando o esclarecimento pela doutrinação, a fim de que possa compreender os erros do irmão e assim encontrar forças para perdoar.
Jorge Hessen
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