Jorge Hessen
jorgehessen@gmail.com
Brasília/DF
Os
Benfeitores espirituais esclarecem que de todos os institutos sociais
existentes na Terra, a família é o mais importante, do ponto de vista dos
alicerces morais que regem a vida. A família reaviva em nós as sensações de
segurança e aconchego, tal a importância do grupo familiar como estrutura capaz
de nos sustentar nas lutas da vida.
Atualmente
o distanciamento familiar tem sido definido como a perda de afeto que ocorrem
ao longo de anos ou mesmo décadas em uma família. O divórcio contribui para a
perda de relacionamentos familiares, especialmente com os pais. O abandono de
parentes com identidades marginalizadas também é um fator comum, como a
rejeição familiar a minorias sexuais e de gênero, por exemplo.
Também
é importante notar que o distanciamento nem sempre é permanente. As pessoas se
afastam e se reaproximam. Ademais, cortar o contato com um membro da família
pode ser muito doloroso devido à forma como a sociedade não entende bem e
atribui a isso um aspecto de vergonha ou reprovação.
Os
laços de família são necessários à harmonia e evolução da sociedade. O
resultado da negligência ou ruptura dos laços familiares leva a exacerbação do
egoísmo. Existem duas espécies de vínculos familiares: os espirituais e os corporais.
As ligações corporais são frágeis e temporárias, entretanto os laços
espirituais se fortalecem pela união e se vinculam na eternidade por meio das múltiplas
migrações do Espírito.
É
impossível auxiliar a composição social, quando ainda não conseguimos ser úteis
nem mesmo com a família em que Deus nos colocou, a título precário. Portanto, antes da grande projeção pessoal na obra
coletiva, aprendamos a colaborar, em favor dos familiares, no dia de hoje, convictos
de que análogo empenho importa realização essencial.
A
nossa família consanguínea pode ser contemplada como o cerne eficaz de nossas representações.
Imagens aprazíveis ou desagradáveis que o pretérito nos restitui. Aprendamos antes
de tudo a exercer piedade para com a própria família e a recompensar nossos
pais, porque isto é bom e agradável diante de Deus , conforme narrava Paulo de
Tarso.
A
família é uma escola onde aprendemos a amar umas poucas pessoas para um dia
amar a Humanidade. É assim que em nossas múltiplas existências aprendemos a lidar
com o amor, nos seus diversos aspectos: amor de mãe para filho, de filho para
mãe, de irmão para irmão, de avô para neto, de neto para avô, de tio para
sobrinho, de sobrinho para tio, de esposo para esposa e assim por diante. E,
quando alcançamos amar genuinamente um filho, por exemplo, nosso coração se comove
igualmente pelos filhos alheios.
Ponderando-se
sobre a lei da reencarnação consolidamos os laços de afetividade com maior
número de Espíritos, que (re)nascem sob o mesmo teto que nós. Dessa forma,
nossa família espiritual se amplia e os laços de bem-querer se solidificam a
cada nova possibilidade de convivência. Deste
modo, conviver em família é um desafio e, igualmente, um formidável
aprendizado, pois o convívio cotidiano nos oferece ensejo de cinzelar as
arestas com os que eventualmente tenhamos alguma contenda.
(Re)
nascendo no mesmo reduto doméstico é mais fácil para suplantar os desamores,
pois os vínculos consanguíneos ainda se compõem numa referência altiva a benefício
da indulgência e da coexistência serenas. É por isso que existe a família: para
que aprendamos a exercitar o amor na condição de irmãos, pois que todos somos
filhos do mesmo PAI.