Jorge hessen
Brasília/DF
Cremos que as teorias atuais sobre o bem-estar do homem,
considerando a psicologia e a economia, estão ainda a longe do ideal. É urgente
que novas propostas teóricas interpretem a paz social em termos de valores mais
transcendentes. Tais teses comprovarão a assertiva dos Espíritos e do Evangelho
de que os bens materiais não trazem felicidade.
O Professor da Universidade da Virgínia (EUA), Jonathan
Haidt, em seu livro "The Happiness Hypothesis", escreveu: "a
família e os amigos são mais relevantes do que o dinheiro e a beleza. Uma
condição que nos torna felizes é a capacidade de nos relacionarmos e
estabelecermos laços com os demais". Não podemos afirmar que os recursos
financeiros são instrumentos do mal, muito pelo contrário, pois o dinheiro (não
especulativo obviamente) é suor convertido em cifrão. Mas é urgente que lhe
demos funções nobres, lembrando que a moeda no bem faz prodígios de amor.
Sem adentramos nas interpretações de historiadores,
sociólogos, economistas, psicólogos e de cientistas políticos, o que vemos no
mundo atual e ainda amargamos na consciência, são os paradoxos de uma suprema
tecnologia na área da informática, da genética, das viagens espaciais, dos
supersônicos, dos raios laser, ao lado dos que sobrevivem nos antros subumanos,
destroçados com a dengue hemorrágica, com a febre amarela, com a tuberculose,
com a AIDS, e com todos os tipos de droga (cocaína, heroína, skanc, ecstasy,
crack etc).
Ante os conceitos espíritas, sabemos que a Terra é um mundo
de expiações e provas, razão pela qual a paz absoluta ainda não se encontra
aqui no Planeta, só em mundos mais evoluídos. Em nosso orbe, a tranquilidade
social é relativa, consoante consigna o item 20, capítulo V, do Evangelho
Segundo o Espiritismo. Um dos pontos cruciais da tese epicurista é que, se
temos dinheiro e não temos amigos, nada temos. De acordo com Epicuro, somos
influenciados por "opiniões vãs", que não refletem a hierarquia
natural de nossas necessidades, enfatizando o luxo e a riqueza, e raramente a
amizade, a liberdade e a reflexão. Para muitos apegados ao dinheiro, o Ter é
mais importante que o Ser.
É comum observarmos confrades espíritas apresentando claros
sinais de uma vida confortável, portando-se como se não tivessem a mínima
condição de ajudar o próximo através de um serviço de assistência social. Tais
confrades usam antolhos e não conseguem visualizar e muito menos entender, que
numa sociedade onde o homem seja consciente dos ditames do Criador, isto é, da
prática do bem, não haverá violência, sequestros, prostituição, poligamia,
traição, inveja, racismo, inimizades, tristeza, fome, ganância e guerras; e
mais: não se encontrarão pessoas perambulando pelas ruas, embriagadas, sujas,
cabelos desgrenhados, roupas ensebadas, catando coisas no lixo ou esmolando, em
razão de quedas morais.
Porém, infelizmente a cada dia, sucumbem muitos jovens e
adolescentes que são comercializados para o mercado da lascívia, algemados nos
ambientes regados por alucinógenos e de brutal violência, onde são perpetrados
crimes inconcebíveis sob o estímulo da miséria moral.
Nesse tétrico e indesejável panorama terreno, a mensagem do
Cristo é um remédio de inimaginável potencial de cura, sendo o mais eficaz para
a redenção humana. É verdade! Ao Cristianismo está reservada a tarefa de
alargar os horizontes dos conhecimentos, nos domínios da alma humana,
contribuindo para a solução dos enigmas que atormentam as sociedades
contemporâneas de todas as culturas, projetando luz nas questões quase que
indecifráveis do destino e das dores morais do homem contemporâneo.