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  • sábado, 13 de junho de 2009

    ESPIRITISMO, 150 ANOS DE LUZ NA TERRA


    A Revolução Francesa foi o conjunto de acontecimentos que, entre maio e dezembro de 1789, baniu a base do Antigo Regime (Ancien Régime) e o autoritarismo do clero e da nobreza, modificando a estrutura sócio-político e religiosa francesa. Cinqüenta anos após, também no palco do grande e importante evento, o mestre lionês, H.L.D Rivail, com a contribuição dos Espíritos, editava o livro que assinalaria a alvorada de outra grande revolução aos franceses e ao mundo. Desta vez uma revolução intríseca, contínua e silenciosa, por consubstanciar na intimidade de cada ser humano.
    Estava sendo apresentada à Humanidade, numa iluminada manhã de primavera sob o pulsar do astro-rei, a 18 de abril de 1857, no imponente Palais Royal, Rua de Rivoli, Galeria d' Orleans, 13, na Livraria E. Dentu a revolucionária publicação de O Livro dos Espíritos, contendo os excelsos postulados da Terceira Revelação. Ante este proscêncio surgia o Espiritismo. Nascia, juntamente com O Livro dos Espíritos, o ínclito mestre Allan Kardec.
    O Livro dos Espíritos é considerado por muitos estudiosos como a incomparável obra da mais avançada de Filosofia que se tem notícia na História terrestre, pois que trata de assuntos que tocam todos os ramos do conhecimento. Com o famoso livro inaugura-se a "Era do Espírito e da Fé raciocinada". Um dos pontos culminantes da monumental obra é o ensinamento da lei das vidas sucessivas, propondo demonstrar que o Espírito não encarna uma só vez, mas, tantas e quantas forem necessárias a fim de se tornar um Espírito perfeito e portador das mais nobres qualidades intelectuais, morais e espirituais.
    Cento e cinqüenta anos se foram e neste momento em que a divulgação na mídia, em especial no cinema e na televisão, se destaca como fator de propaganda doutrinária, constituindo em novo campo de disputa no espaço público, o Espiritismo vem alargando sua inserção social entre as camadas de classe sociais de todas os matizes. Os resultados dessa difusão identificamos nas pesquisas realizadas em 1998 pelo Instituto Gallup, onde constatou-se que 45,9%, ou seja, quase metade dos católicos que dizem freqüentar semanalmente serviços religiosos afirmam "acreditar na reencarnação". Noutra pesquisa realizada em 2000 em cinco metrópoles brasileiras: 55,7% dos entrevistados disseram "acreditar em vida após a morte", sendo que 35,8% destes afirmaram crer na reencarnação. Isso é reflexo inequívoco da silenciosa revolução espírita no tecido social brasileiro.
    Doutrina de educação moral e de liberdade, propõe a revisão de modelos comportamentais, assumindo-se valores verdadeiros e imorredouros como a humildade, honestidade, dignidade, amor ao próximo e outras virtudes, como sendo a fórmula revolucionária de melhoria progressiva da Humanidade.
    Nestes 150 anos, quando muitos confrades e instituições se movimentam para comemorações ao longo de 2007 , oportuno advertir que não bastam as manifestações exteriores alusivas ao sesquicentenário do Espiritismo e as reuniões de congraçamento de grande número de pessoas. Mais importante de tudo será o alcance em profundidade que essa mensagem de renovação e de esperança se dê em nós, para que movimente-nos a intimidade, impulsionando-nos no dia-a-dia, para uma vivência em plena consonância com as proposições de Jesus.
    Para esse mister torna imperioso mantenhamos o Espiritismo com a pureza essencial, aos moldes do Cristianismo nascente, sem permitir seja incorporadas práticas estranhas ao projeto dos Espíritos Superiores.
    A unidade doutrinária foi a única e derradeira divisa de Allan Kardec, por ser a fortaleza intransponível do Espiritismo. Para tornarmos o Espiritismo inexpugnável urge munir-nos contra a infiltração nas fileiras espíritas de ideologias discutíveis, ligadas a movimentos incompatíveis com os sãos princípios e com as finalidades essenciais da Doutrina. Por essa razão, e por não ser tarefa das mais fáceis, as federativas estaduais ainda encontram extremas dificuldades de realizarem o ideal da Unificação sonhada por Kardec e Bezerra de Menezes na Pátria do Evangelho. Isto porque as trevas são poderosas e organizadas e assestam suas armas para destruir o projeto doutrinário, ora incrementando publicações livros que jamais deveriam existir nas nossas hostes, ora sugerindo a expulsão de Jesus nos nossos estudos, ora menoscabando o valor do Pentateuco kardeciano.
    Porém, tão firmes são os fundamentos espíritas que, apesar do enorme avanço dos conhecimentos científicos na segunda metade do século XIX e no século XX, não houve necessidade de ajustar a Doutrina Espírita a quaisquer verdades ou descobertas novas.Os espíritas estudiosos sabem que muitos dos ensinos doutrinários constituem-se em antevisões de realidades que só futuramente serão reconhecidas pelos diversos departamentos científicos a que se dedica o homem. Isto não significa que o Espiritismo seja obra pronta e acabada, porém que não pode e não deve ser mutilada em seus princípios.
    Um pouco mais de 54.000 dias se passaram de convite ao amor e à instrução à luz da Terceira Revelação. Atualmente são milhões, em todos os quadrantes do Globo, aqueles que aceitam a convocação, penetram o conhecimento da vida em sua máxima amplitude e grandeza, e estão trabalhando proficuamente para a grande reforma moral, numa revolução silenciosa, porém constante, rendendo preito de gratidão ao Espiritismo, por tudo o que ele já fez e continua fazendo a cada dia pela humanidade.
    Roguemos a Deus cubra de bênçãos o Movimento Espírita Mundial, a fim de que cada Centro Espírita, cada organização espírita, através dos espíritas, continuem a brilhar suas luzes, indicando roteiro seguro para a caminhada do homem não somente para os próximos centenários, mas para os próximos milênios.


    Jorge Hessen
    E-Mail: jorgehessen@gmail.com
    Site: http://jorgehessen.net

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