A imprensa noticiou que um homem recebeu coração de suicida e se matou da mesma forma que o doador. A história é a seguinte: Terry Cottle se matou, em 1995 e o seu coração foi doado a Sonny Graham. Este começou a se corresponder com Cheryl, a esposa do doador. Sonny e Cheryl (a viúva) se casaram e, após 12 anos, Sonny se suicidou da mesma forma que Terry: com um tiro certeiro.
Alguns pesquisadores afirmam que há muitos casos de transplantes documentados em que os pacientes mudam sua personalidade e passam a ter características do doador do órgão. Obviamente, sob o enfoque Espírita, essa relação não possui conotação de causa e efeito, ou seja, o órgão transplantado de um suicida não pode ser a causa da mudança de personalidade de alguém, exceto quando haja um processo profundo de obsessão, porém, perfeitamente sanável por meio de tratamentos espirituais.
Sem nos prendermos a casos isolados, urge refletir sobre a prática do transplante ante a ótica da Terceira Revelação.
Nas práticas médicas de todas as especialidades, o transplante de órgãos é a que demonstra, com maior clareza, a estreita relação entre a morte e a nova vida, o renascimento das cinzas como Fênix (o mitológico pássaro, símbolo da renovação do tempo e da vida após a morte).
Sobre o tema, há poucas informações elucidativas dos Benfeitores Espirituais, até porque, a prática do transplante é uma conquista muito recente da medicina.
Alguns espíritas se posicionam contra a admitirem, em vida, a doação de seus próprios órgãos após a desencarnação, escudados na má explicação de que Chico Xavier não era favorável aos transplantes. Isso não coincide com a verdade. É importante esclarecer que o médium de Uberaba, quando afirmou: "a minha mediunidade, a minha vida, dedico à minha família, aos meus amigos, ao povo. A minha morte é minha. Eu tenho este direito. Ninguém pode mexer em meu corpo; ele deve ir para a mãe Terra", fê-lo por razões vigilantes, pois, quando ainda encarnado, Chico recebeu várias propostas indiscretíssimas para que seu cérebro fosse estudado após sua desencarnação. Daí, o compreensível receio de que seu corpo fosse profanado nesse sentido. Esclarecido esse ponto, não nos esqueçamos de que, se hoje somos potenciais doadores, amanhã poderemos ser, ou nossos familiares e amigos, potenciais receptores. Para a maioria das pessoas, a questão da doação é tão remota e distante quanto a morte. Porém, para quem depende de um órgão para transplante, isso significa a única possibilidade de vida.
Lembramos de entrevista, cedida à TV Tupi, em agosto de 1964, publicada na Revista Espírita Allan Kardec, ano X, n°38, na qual Chico Xavier comenta que o "transplante de órgãos, na opinião dos Espíritos sábios, é um problema da ciência muito legítimo, muito natural e deve ser levado adiante." Os Espíritos, segundo o médium de Pedro Leopoldo, "não acreditam que o transplante de órgãos seja contrário às leis naturais. Pois é muito compreensível que, ao nos desvencilharmos do corpo físico, venhamos a doar os órgãos prestantes a companheiros necessitados deles, que possam utilizá-los com proveito".
Não há reflexos traumatizantes ou inibidores no corpo espiritual do doador em consequência da mutilação do seu corpo físico. O doador de olhos não retornará cego ao Além. Se assim fosse, o que seria daqueles que têm o corpo consumido pelo fogo, em acidentes, ou desintegrado numa explosão? O que dizer da cremação, que reduz o cadáver a cinzas?
Outra questão que, também, amiúde, é levantada, é a da rejeição do órgão transplantado após a cirurgia. Consideramos a rejeição como um problema claramente inteligível, pois o corpo espiritual do receptor continuará intacto, exercendo pleno governo mental sobre o mais recente órgão correspondente. O órgão transplantado, fora do governo mental que o dirigia, permanece com vitalidade, desde que cuidadosamente imunizado. Para tanto, o perispírito do paciente transplantado provoca os elementos de defesa do seu corpo físico, cujos recursos imunológicos, em futuro próximo, naturalmente, vão suster ou coibir. Especialistas, a partir 1967, desenvolveram várias drogas imunossupressoras (ciclosporina, azatiaprina e corticóides), para reduzir a possibilidade de rejeição, passando, então, os receptores de órgãos a ter maior sobrevida. Estatisticamente, o que há é que a taxa de prolongamento de vida dos transplantes é extremamente elevada. Isso, graças, não só às técnicas médicas, sempre se aperfeiçoando, mas, também, aos esquemas imunossupressores que se desenvolveram e se ampliaram, consideravelmente, existindo, atualmente, esquemas que levam a zero por cento (0%) a rejeição celular aguda, na fase inicial do transplante, que é quando ocorre.
O monumental livro "Evolução em dois Mundos", ditado pelo Espírito André Luiz, em sua 5ª edição, publicado pela FEB, em 1972, no capítulo 5 intitulado "Células e Corpo Espiritual", leva-nos a esclarecer o seguinte: quando a célula é retirada da sua estrutura formadora, no corpo humano, indo laboratorialmente para outro ambiente energético, ela perde o comando mental que a orientava e passa, dessa forma, a individualizar-se; ao ser implantada em outro organismo - nos transplantes, por exemplo - tenderá a adaptar-se ao novo comando [espiritual] que a revitalizará e, a seguir, coordenará sua trajetória. Transferido o órgão para outro corpo, automaticamente o perispírito do encarnado passa a influenciá-lo, moldando-o às suas necessidades, o que exigirá, do paciente beneficiado, a urgente transformação moral para melhor, a fim de que o seu mapa de provações seja, também, modificado pela sua renovação interior, gerando novas causas desencadeadoras para a boa qualidade de vida.
Os Espíritos afirmaram a Kardec, em O Livro dos Espíritos, pergunta nº 155, que o desligamento do corpo físico é um processo altamente especializado e que pode delongar minutos, horas, dias ou meses. Embora, com a morte física, não haja mais qualquer vitalidade no corpo, ainda assim, há casos em que o Espírito, cuja vida foi toda material, sensual, fica jungido aos despojos, pela afinidade dada por ele à matéria. Nesse caso, pode ocorrer a obsessão. Porém, contornável como já dissemos. Entretanto, recordemos de situação que ocorre, todos os dias, nas grandes cidades: a prática da necrópsia, exigida por força de lei, nos casos de morte violenta ou sem causa determinada, abre-se o cadáver, da região external até o baixo ventre, expondo-se-lhe as vísceras toracoabdominais. Não se pode perder de vista a questão do mérito individual. Estaria o destino dos Espíritos desencarnados à mercê da decisão dos homens em retirar-lhes os órgãos para transplante, em cremar-lhes o corpo ou em retalhar-lhes as vísceras por ocasião da necrópsia?! O bom senso e a razão apontam que isso não é possível, porquanto seria admitir a “justiça” do acaso e o acaso é mera ficção.
Em resumo, a doação de órgãos para transplantes não afetará o espírito do doador, exceto se acreditarmos ser injusta a Lei de Deus e que estamos na Terra à deriva da Sua Vontade. Lembremo-nos de que nos Estatutos do Criador não há espaço para a injustiça, e o transplante de órgãos (façanha da Ciência humana) é valiosa oportunidade dentre tantas outras colocadas à nossa disposição para o exercício do amor.
Sem nos prendermos a casos isolados, urge refletir sobre a prática do transplante ante a ótica da Terceira Revelação.
Nas práticas médicas de todas as especialidades, o transplante de órgãos é a que demonstra, com maior clareza, a estreita relação entre a morte e a nova vida, o renascimento das cinzas como Fênix (o mitológico pássaro, símbolo da renovação do tempo e da vida após a morte).
Sobre o tema, há poucas informações elucidativas dos Benfeitores Espirituais, até porque, a prática do transplante é uma conquista muito recente da medicina.
Alguns espíritas se posicionam contra a admitirem, em vida, a doação de seus próprios órgãos após a desencarnação, escudados na má explicação de que Chico Xavier não era favorável aos transplantes. Isso não coincide com a verdade. É importante esclarecer que o médium de Uberaba, quando afirmou: "a minha mediunidade, a minha vida, dedico à minha família, aos meus amigos, ao povo. A minha morte é minha. Eu tenho este direito. Ninguém pode mexer em meu corpo; ele deve ir para a mãe Terra", fê-lo por razões vigilantes, pois, quando ainda encarnado, Chico recebeu várias propostas indiscretíssimas para que seu cérebro fosse estudado após sua desencarnação. Daí, o compreensível receio de que seu corpo fosse profanado nesse sentido. Esclarecido esse ponto, não nos esqueçamos de que, se hoje somos potenciais doadores, amanhã poderemos ser, ou nossos familiares e amigos, potenciais receptores. Para a maioria das pessoas, a questão da doação é tão remota e distante quanto a morte. Porém, para quem depende de um órgão para transplante, isso significa a única possibilidade de vida.
Lembramos de entrevista, cedida à TV Tupi, em agosto de 1964, publicada na Revista Espírita Allan Kardec, ano X, n°38, na qual Chico Xavier comenta que o "transplante de órgãos, na opinião dos Espíritos sábios, é um problema da ciência muito legítimo, muito natural e deve ser levado adiante." Os Espíritos, segundo o médium de Pedro Leopoldo, "não acreditam que o transplante de órgãos seja contrário às leis naturais. Pois é muito compreensível que, ao nos desvencilharmos do corpo físico, venhamos a doar os órgãos prestantes a companheiros necessitados deles, que possam utilizá-los com proveito".
Não há reflexos traumatizantes ou inibidores no corpo espiritual do doador em consequência da mutilação do seu corpo físico. O doador de olhos não retornará cego ao Além. Se assim fosse, o que seria daqueles que têm o corpo consumido pelo fogo, em acidentes, ou desintegrado numa explosão? O que dizer da cremação, que reduz o cadáver a cinzas?
Outra questão que, também, amiúde, é levantada, é a da rejeição do órgão transplantado após a cirurgia. Consideramos a rejeição como um problema claramente inteligível, pois o corpo espiritual do receptor continuará intacto, exercendo pleno governo mental sobre o mais recente órgão correspondente. O órgão transplantado, fora do governo mental que o dirigia, permanece com vitalidade, desde que cuidadosamente imunizado. Para tanto, o perispírito do paciente transplantado provoca os elementos de defesa do seu corpo físico, cujos recursos imunológicos, em futuro próximo, naturalmente, vão suster ou coibir. Especialistas, a partir 1967, desenvolveram várias drogas imunossupressoras (ciclosporina, azatiaprina e corticóides), para reduzir a possibilidade de rejeição, passando, então, os receptores de órgãos a ter maior sobrevida. Estatisticamente, o que há é que a taxa de prolongamento de vida dos transplantes é extremamente elevada. Isso, graças, não só às técnicas médicas, sempre se aperfeiçoando, mas, também, aos esquemas imunossupressores que se desenvolveram e se ampliaram, consideravelmente, existindo, atualmente, esquemas que levam a zero por cento (0%) a rejeição celular aguda, na fase inicial do transplante, que é quando ocorre.
O monumental livro "Evolução em dois Mundos", ditado pelo Espírito André Luiz, em sua 5ª edição, publicado pela FEB, em 1972, no capítulo 5 intitulado "Células e Corpo Espiritual", leva-nos a esclarecer o seguinte: quando a célula é retirada da sua estrutura formadora, no corpo humano, indo laboratorialmente para outro ambiente energético, ela perde o comando mental que a orientava e passa, dessa forma, a individualizar-se; ao ser implantada em outro organismo - nos transplantes, por exemplo - tenderá a adaptar-se ao novo comando [espiritual] que a revitalizará e, a seguir, coordenará sua trajetória. Transferido o órgão para outro corpo, automaticamente o perispírito do encarnado passa a influenciá-lo, moldando-o às suas necessidades, o que exigirá, do paciente beneficiado, a urgente transformação moral para melhor, a fim de que o seu mapa de provações seja, também, modificado pela sua renovação interior, gerando novas causas desencadeadoras para a boa qualidade de vida.
Os Espíritos afirmaram a Kardec, em O Livro dos Espíritos, pergunta nº 155, que o desligamento do corpo físico é um processo altamente especializado e que pode delongar minutos, horas, dias ou meses. Embora, com a morte física, não haja mais qualquer vitalidade no corpo, ainda assim, há casos em que o Espírito, cuja vida foi toda material, sensual, fica jungido aos despojos, pela afinidade dada por ele à matéria. Nesse caso, pode ocorrer a obsessão. Porém, contornável como já dissemos. Entretanto, recordemos de situação que ocorre, todos os dias, nas grandes cidades: a prática da necrópsia, exigida por força de lei, nos casos de morte violenta ou sem causa determinada, abre-se o cadáver, da região external até o baixo ventre, expondo-se-lhe as vísceras toracoabdominais. Não se pode perder de vista a questão do mérito individual. Estaria o destino dos Espíritos desencarnados à mercê da decisão dos homens em retirar-lhes os órgãos para transplante, em cremar-lhes o corpo ou em retalhar-lhes as vísceras por ocasião da necrópsia?! O bom senso e a razão apontam que isso não é possível, porquanto seria admitir a “justiça” do acaso e o acaso é mera ficção.
Em resumo, a doação de órgãos para transplantes não afetará o espírito do doador, exceto se acreditarmos ser injusta a Lei de Deus e que estamos na Terra à deriva da Sua Vontade. Lembremo-nos de que nos Estatutos do Criador não há espaço para a injustiça, e o transplante de órgãos (façanha da Ciência humana) é valiosa oportunidade dentre tantas outras colocadas à nossa disposição para o exercício do amor.
Jorge Hessen
jorgehessen@gmail.com
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