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  • quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

    SABEDORIA OU AMOR? A QUESTÃO ESTÁ EXPOSTA!

     
    Um confrade perguntou-nos se era mais importante ao espírito encarnado a caridade (amor) ou a intelectualidade (sabedoria). Para esclarecê-lo procuramos beber informações nas fontes do saber emmanuelino. Disse-lhe que ante as perspectivas do crescimento espiritual, a caridade (sentir) é sobejamente mais importante, na essência, que a inteligência (saber), inobstante necessitarmos das duas asas (amor e sabedoria) para alçar vôos rumo à excelsa destinação luminosa. Em realidade, o sentimento e a sabedoria são as duas asas com que a alma se elevará para a perfeição infinita; os dois são classificados como adiantamento moral e adiantamento intelectual; ambos são imprescindíveis ao progresso, sendo justo, porém, considerar a superioridade do primeiro (sentimento) sobre o segundo (sabedoria), porquanto “a parte intelectual sem a moral pode oferecer numerosas perspectivas de queda, na repetição das experiências, enquanto que o avanço moral jamais será excessivo, representando o núcleo mais importante das energias evolutivas.”(1)
    Em verdade, a nossa capacidade intelectual é demasiadamente curta, em face dos elevados poderes da personalidade espiritual, independente dos laços da matéria. Segundo Emmanuel, “os elos da reencarnação fazem o papel de quebra-luz sobre todas as conquistas anteriores do Espírito reencarnado. Nessa sombra reside o acervo de lembranças vagas, de vocações inatas, de numerosas experiências, de valores naturais e espontâneos, a que chamamos subconsciência. Aliás, a incapacidade intelectual do homem físico tem sua origem na sua própria situação, caracterizada pela necessidade de provas amargas.” (2)
    Os valores intelectuais da Terra, atualmente, padecem a afronta de todas as forças corruptoras do declínio. “A atual geração, que tantas vezes se entregou à jactância, atribuindo a si mesma as mais altas conquistas no terreno do raciocínio positivo, operou os mais vastos desequilíbrios nas correntes evolutivas do orbe, com o seu injustificável divórcio do sentimento.” (3) É por esse ensejo que notamos no cenário político-social-econômico da Terra as aberrações, os absurdos teóricos, os extremismos estabelecendo a inversão de todos os valores. “Excessivamente preocupados com as suas extravagâncias, os missionários da inteligência trocaram o seu labor junto ao espírito por um lugar de domínio, como os sacerdotes religiosos que permutaram a luz da fé pelas prebendas tangíveis da situação econômica.” (4)
    Entretanto, é imprescindível reconhecer que há uma tarefa especializada da inteligência no orbe terrestre, sobretudo para os que recebem a delegação abençoada, em lutas expiatórias ou em missões santificantes, de ampliar a boa tarefa da inteligência em benefício real da coletividade. É urgente, contudo, a vigilância constante, pois “o destaque intelectual, muitas vezes, obscurece no mundo a visão do Espírito encarnado, conduzindo-o à vaidade injustificável, onde as intenções mais puras ficam aniquiladas.”(5)
    Outro aspecto que devemos refletir é se devemos, em nome do Espiritismo, buscar os intelectuais para a compreensão dos seus deveres espirituais. Emmanuel responde-nos essa questão de forma categórica: “provocar a atenção dos outros no intuito de regenerá-los, quando todos nós, mesmos os desencarnados, estamos em função de aperfeiçoamento e aprendizado, não parece muito justo, porque estamos ainda com um dever essencial, que é o da edificação de nós mesmos. No labor da Doutrina, temos de convir que o Espiritismo é o Cristianismo redivivo pelo qual precisamos fornecer o testemunho da verdade e, dentro do nosso conceito de relatividade, todo o fundamento da verdade da Terra está em Jesus Cristo.” (6)
    A Terceira Revelação triunfa por si, sem a concorrência das fracas possibilidades humanas. Ninguém deverá procurar os intelectuais supondo-se elemento indispensável à sua vitória. Emmanuel alerta que “o Espiritismo não necessita de determinados homens (intelectualizados) para consolar e instruir as criaturas, depreendendo-se que os próprios intelectuais do mundo é que devem buscar, espontaneamente, na fonte de conhecimentos doutrinários, o benefício de sua iluminação.” (7)
    Caro irmão, lembremos que os homens simplórios, iletrados, humildes que “passam a vida inteira trabalhando ao Sol no amanho da Terra, fabricando o pão saboroso da vida, têm mais valor para Deus que os artistas de inteligência viciada, que outra coisa não fazem senão perturbar a marcha divina das suas leis. Portanto, que a expressão de intelectualidade é muito valiosa, não há dúvida, mas não pode prescindir jamais dos valores do sentimento em sua essência sublime.”(8)
     


    Jorge Hessen
    http://jorgehessen.net

    Bibliografia:
    (1)    Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, Ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1990, perg. 204
    (2)    Idem perg. 205
    (3)    Idem, perg. 206
    (4)    Idem, perg. 207
    (5)    Idem, perg. 208
    (6)    Idem, perg. 210
    (7)    Idem,
    (8)    Idem