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  • segunda-feira, 2 de julho de 2018

    A pornografia é o erotismo vazio de amor (Jorge Hessen)


    A pornografia é o erotismo vazio de amor  (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen
    jorgehessen@gmail.com
    A pornografia é o erotismo vazio de afeto, amor e desvelo, por isso é um assunto espinhoso, sensível e controverso. No mundo tecnológico, um imenso contingente de pessoas trafega no universo virtual (em média 9h diárias) aliciadas pelos poderosos convites às viagens eróticas do apelo pornográfico.
    Há pouco menos de meio século, a exibição de filmes “adultos” entulhava os porões das fétidas salas de cinemas eróticos. Nessas lúgubres cavernas as pessoas fascinadas aos apelos da alucinação sexual procuravam os “shows” de sexo explícito, filmes e revistas especializados. Em seguida, para nossa desdita, com a expansão da Internet, o tráfico do lado negativo da sexualidade saiu dos funestos antros e rompeu fronteiras através dos meios de comunicação, alcançando o espaço sagrado dos nossos lares sem qualquer pudor.
    Nesse extremo, a internet tem estabelecido grande influência entre crianças, jovens, adultos e idosos, e entre os contumazes usuários, tornando possível que os consumidores de pornografia permutem informações entre si e possam identificar gêneros, estilos e gostos, fazendo com que compartilhem suas preferências e permitindo o encontro de fantasias ou práticas criminosas de pedofilia e outras parafilias.
    Numa linguagem espírita, diria que o “UMBRAL” nunca esteve tão presente e próximo dos lares terrenos. Há um impressionante número de mulheres casadas que se queixam de solidão (no sentido de solidão sexual), em virtude de seus esposos serem contaminados e viciados na pornografia virtual. E o inadmissível da situação é saber que muitos desses maridos consumidores de pornografias são cristãos”, “bons” espíritas, pais de família exemplares e profissionais de proeminência.
    Os consumidores de pornografia, na maioria dos casos, ou estão viciados ou prestes a se viciarem em sexo. Tais pessoas passam a pensar e a se absorverem pouco a pouco com sexo. As fantasias sexuais, as figuras pornográficas passam a colonizar gradativamente as suas mentes, passando a invadir insistentemente os seus pensamentos nas ocasiões mais impróprias.
    A nossa sexualidade não pode ser avaliada sob o prisma dos que a consideram impura e proibitiva, muito menos sob as impressões dos que anseiam algemá-la ao plano da banalidade como simples fricção de células causadoras de deleite erótico. A sexualidade humana é de procedência divina e sua possante energia, que alastra no ser de forma natural, não deve ser inibida de forma insana, todavia urge ser disciplinada no sentido de atingir seu desígnio, como força fecunda e criadora, a fim de produzir o avanço espiritual do homem.
    Não estamos propondo castrações, mas sublimação. Até porque todos somos impregnados desse potencial e convocados a aprender a discipliná-lo. Com o Evangelho aprendemos que quando um casal se ama, os parceiros se apetecem e se reverenciam. A vida e experiência sexual entre ambos é respeitosa e prazerosa. O amor entre os dois não está condicionado apenas à sexualidade, todavia vai muito mais além, incluindo amizade, companheirismo e cuidado pela satisfação de suas necessidades. Quando, porém, isso não ocorre e há a necessidade compulsiva de fantasias, autoerotismos e pornografias, esse casal não está em harmonia; encontra-se psicologicamente corrompido e não é feliz.
    Compreendemos que precisamos ser indulgentes com aqueles que são servos da pornografia, abarcando que cada ser é um ente divino em suas potencialidades de amor que com certeza eclodirão no futuro, até porque esses atrasos morais são particularidades do estágio de expiação e provas do homem terreno. Deste modo, precisamos orar e orientar aqueles que nos solicitam auxílio, demostrando as implicações infelizes do sexo em desatino, conforme nos advertem os Benfeitores do além.