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  • segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

    Sim!!! Herculano Pires entronizava as obras de André Luiz

     


    Jorge Hessen

    Brasílila-DF 

    Herculano Pires foi exímio estudioso Doutrina dos Espíritos e percebia  nas obras contidas nos 13 volumes de “A vida no Mundo Espiritual” de André Luiz como valiosas explicações dos princípios espíritas, descrevendo a dinâmica da vida espiritual por meio de relatos brilhantes , porém as avaliava criticamente, questionando algumas raras  palavras e termos que poderiam destoar da terminologia doutrinária" e "alguns  poucos conceitos que nem sempre se assentam aos princípios espíritas", a exemplo dos  termos "ovoides"  e  “aérobus”  persistindo para que não suprissem os termos da Codificação Kardequiana, mas apenas complementassem o estudo.

    Ora, qualquer estudioso precavido deve estar atento ao perigo de aceitar tudo como verdade absoluta ou de substituir as obras de Kardec pelas narrativas de qualquer espírito (incluindo André Luiz e outros obviamente), enfatizando a necessidade de maturidade e discernimento para separar a ilustração do ensinamento doutrinário.

    Há, sem dúvida, alguns pontos-chave da visão herculanista que merecem reflexões desapaixonadas, vejamos: Ele reconhecia os livros de André Luiz como um grande trabalho de ilustração dos princípios do Espiritismo, usando experiências vividas nos planos espirituais para exemplificar a doutrina.

    Portanto, Herculano não era e jamais foi um negador das obras de André Luiz, porém um analista crítico.  Utilizou as próprias obras de André Luiz em seus textos para ilustrar aspectos da doutrina, como no caso dos ovoides em "Ação e Reação".  Assinalava incongruências bem pontuais, como a terminologia "ovoides"  e  “aérobus” , que considerava um neologismo ou um conceito que precisava de maior ajuste doutrinário. Mas, a despeito desses pontos controversos, as obras de André Luiz eram vistas como complementares, não substitutivas.

    Herculano enfatizava que André Luiz (e o médium) usavam figuras de linguagem (metáforas) e termos analógicos para descrever realidades espirituais que a linguagem humana não alcançava perfeitamente, o que podia gerar confusão.  Mas que fique bem claro de uma vez por todas: Herculano Pires batia de frente com  os que rejeitavam as obras de André Luiz e obviamente também combatia os que as elevavam acima da Codificação, defendendo a liberdade de pensamento dentro dos marcos da Doutrina Espírita.

    Logicamente Herculano Pires era um crítico ponderado, que valorizava a riqueza das narrativas de André Luiz, mas (como deve ser com qualquer um de nós) as filtrava pela lente da Codificação, defendendo uma fé raciocinada e um estudo aprofundado que evitasse deslizes em "caçadas de novidades".

    Realço que Herculano Pires não "criticava" as obras de André Luiz no sentido de as rejeitar, mas sim fazia ressalvas rigorosamente pontuais e análises criteriosas para garantir a fidelidade à codificação de Allan Kardec.

    Pires defendia a validade geral da obra de André Luiz, mas (repito mil vezes) como qualquer um estudioso cauteloso, combatia interpretações que a consideravam uma "quarta revelação" ou que a colocavam acima dos princípios básicos do Espiritismo, o que seria uma estupidez.

    E suma , a principal preocupação de Herculano Pires era com a posição de alguns setores do movimento espírita que elevavam as obras de André Luiz (e outras obras mediúnicas) ao nível de uma espécie de  "quarta revelação" (sic), o que, todos sabemos, desviava o foco da proposta da Terceira Revelação que deve estar acima de tudo!.

    Reenfatizo que em vez de uma crítica destrutiva, ardilosa e prepotente de alguns kardequiólogos saradões, a postura de Herculano Pires era uma defesa coerente da proposta do Espiritismo, visando evitar anomalias, desvios  e sincretismos.

    Em resumo, Herculano Pires via as obras de André Luiz como importantes contribuições ilustrativas e complementares que enriqueciam a compreensão da vida espiritual, desde que analisadas à luz da Codificação Espírita e não como uma fonte superior ou substituta desta o que concordamos plenamente.