Jorge Hessen
Brasília
Para os “Kardequiólogos
saradões” sempre de plantão e sem noção reafirmo que Herculano Pires jamais analisou Emmanuel como Espírito
pseudossábio e nunca rejeitou as obras Emmanuelinas. Pelo
contrário, ele as respeitava profundamente, embora fizesse análises críticas (como
qualquer um de nós devemos fazer) quando julgava necessário, algo coerente
com seu perfil de filósofo, pesquisador e espírita às vezes descomedidamente
ríspido no campo doutrinário.
Pires dizia que em
algumas obras de Emmanuel (não todas), havia combinação de
espiritualismo, religiosidade tradicional e misticismo, em face disso, nem tudo
deveria ser tomado como referência doutrinária segura.
Ok, tudo bem! Porém, Pires
reconhecia o alto valor moral, literário e espiritual das obras psicografadas
por Chico Xavier atribuídas ao Espírito Emmanuel. Portanto, considerava
Emmanuel um instrutor espiritual sério, com grande contribuição à
divulgação do Espiritismo.
Ao mesmo tempo, Herculano
defendia (como todos devemos fazê-lo) que nenhuma obra mediúnica está
acima da análise racional, nem mesmo as de Emmanuel, André Luiz, Joanna de
Angellis etc.
Alguns “kardequiólogos
saradões” confundem crítica doutrinária com rejeição completa. Pires questionava
(como qualquer um de nós devemos fazê-lo) interpretações excessivamente
místicas, resignadas ou fatalistas quando achava que se afastavam do caráter evolucionista
e racional do Espiritismo.
Ele discordava
especialmente em temas como sofrimento como expiação automática e a visão
excessivamente punitiva da justiça divina. Pires também criticava a ênfase muito
grande na tal obediência passiva.
Concordo com Herculano ,
afinal o EXERCÍCIO DO CONTROLE
UNIVERSAL DO ENSINO DOS ESPÍRITOS É PRINCÍPIO BÁSICO DO ESPIRITISMO, entretanto,
e por paradoxal que possa parecer, em O Evangelho
Segundo o Espiritismo, traduzido pelo próprio Herculano Pires o mestre Allan
Kardec REPETE as palavras PUNIÇÃO 11 vezes e CASTIGO
16 vezes (ISSO MESMO!!!) e aí como ficamos?
Particularmente não acolho
tais princípios contidos em tais palavras registradas no Evangelho Segundo o Espiritismo
que o Pires TAMBÉM traduziu. Mas que fique bem claro que isso não significava que
Pires rejeitasse a literatura emmanuelina. Ele respeitava, estudava e até
recomendava várias de suas obras. Apenas exercia o direito e o dever (que
todos nós devemos exercer) da análise crítica, sem dogmatismo.
Herculano Pires conhecia
sim!!!, respeitava e recomendava as obras de Emmanuel, mas com algumas PONTUAIS
ressalvas doutrinárias. A posição herculanista era desapaixonada e criteriosa, não
de rejeição cega e fanática nem de aceitação passiva e irrestrita.
Herculano Pires asilava no
Mentor de Chico Xavier o alto valor moral e educativo, o pujante conteúdo
evangélico, a linguagem edificante e
consoladora e a contribuição importante para a divulgação do Espiritismo no
Brasil e no mundo.
Evidenciamos aqui mormente
aos “kardequiólogos saradões” que Herculano Pires nunca combateu
Emmanuel como Espírito mistificador ou pseudossábio , nem tolheu e nem proibiu e até recomendava a leitura de suas obras, afirmando em alto e bom som que as obras de Emmanuel eram edificantes, embora
obviamente não substituíssem Kardec.
Em
resumo, para Herculano o Espírito Emmanuel não era um pseudossábio.
E temos dito aos saradões
sem noção!
