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  • quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

    Emmanuel e Pires ante os furores dos “Kardequiólogos saradões”

     


    Jorge Hessen

    Brasília

     

    Para os “Kardequiólogos saradões” sempre de plantão e sem noção  reafirmo que  Herculano Pires jamais analisou Emmanuel como Espírito  pseudossábio e nunca  rejeitou as obras Emmanuelinas. Pelo contrário, ele as respeitava profundamente, embora fizesse análises críticas (como qualquer um de nós devemos fazer) quando julgava necessário, algo coerente com seu perfil de filósofo, pesquisador e espírita às vezes descomedidamente ríspido no campo doutrinário.

    Pires dizia que em algumas obras de Emmanuel (não todas), havia combinação de espiritualismo, religiosidade tradicional e misticismo, em face disso, nem tudo deveria ser tomado como referência doutrinária segura.

    Ok, tudo bem! Porém, Pires reconhecia o alto valor moral, literário e espiritual das obras psicografadas por Chico Xavier atribuídas ao Espírito Emmanuel. Portanto, considerava Emmanuel um instrutor espiritual sério, com grande contribuição à divulgação do Espiritismo.

    Ao mesmo tempo, Herculano defendia (como todos devemos fazê-lo) que nenhuma obra mediúnica está acima da análise racional, nem mesmo as de Emmanuel, André Luiz, Joanna de Angellis etc.

    Alguns “kardequiólogos saradões” confundem crítica doutrinária com rejeição completa. Pires questionava (como qualquer um de nós devemos fazê-lo) interpretações excessivamente místicas, resignadas ou fatalistas quando achava que se afastavam do caráter evolucionista e racional do Espiritismo.

    Ele discordava especialmente em temas como sofrimento como expiação automática e a visão excessivamente punitiva da justiça divina. Pires também criticava a ênfase muito grande na tal obediência passiva.

    Concordo com Herculano , afinal o  EXERCÍCIO DO CONTROLE UNIVERSAL DO ENSINO DOS ESPÍRITOS É PRINCÍPIO BÁSICO DO ESPIRITISMO, entretanto,  e por paradoxal que possa parecer, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, traduzido pelo próprio Herculano Pires o mestre Allan Kardec REPETE as palavras PUNIÇÃO 11 vezes e CASTIGO 16 vezes (ISSO MESMO!!!) e aí como ficamos?

    Particularmente não acolho tais princípios contidos em tais palavras registradas no Evangelho Segundo o Espiritismo que o Pires TAMBÉM traduziu. Mas que fique bem claro que isso não significava que Pires rejeitasse a literatura emmanuelina. Ele respeitava, estudava e até recomendava várias de suas obras. Apenas exercia o direito e o dever (que todos nós devemos exercer) da análise crítica, sem dogmatismo.

    Herculano Pires conhecia sim!!!, respeitava e recomendava as obras de Emmanuel, mas com algumas PONTUAIS ressalvas doutrinárias. A posição herculanista era desapaixonada e criteriosa, não de rejeição cega e fanática nem de aceitação passiva e irrestrita.

    Herculano Pires asilava no Mentor de Chico Xavier o alto valor moral e educativo, o pujante conteúdo evangélico, a  linguagem edificante e consoladora e a contribuição importante para a divulgação do Espiritismo no Brasil e no mundo.

    Evidenciamos aqui mormente aos “kardequiólogos saradões” que Herculano Pires nunca combateu Emmanuel como Espírito mistificador ou pseudossábio , nem tolheu e nem proibiu  e até recomendava  a leitura de suas obras,  afirmando em alto e bom som  que as obras de Emmanuel eram edificantes, embora obviamente não substituíssem Kardec.

    Em resumo, para Herculano o Espírito Emmanuel não era um pseudossábio.

    E temos dito aos saradões sem noção!