Jorge
Hessen
jorgehessen@gmail.com
Muitas
pessoas convivem sob tremendos conflitos de ansiedades, sobretudo quando os
minutos e as horas se arrastam aos seus olhos, adiando a satisfazer-lhes
naquilo que creem necessitarem o/ou desejarem. A rigor, o tempo os confunde.
À
guisa de ilustração, vejamos que inúmeras vezes percebemos os sessenta minutos de
alegria como o arroubo da fração de um segundo e doutras vezes o advir de um
minuto de ansiedade parece persistir uma eternidade! Em face disso, importa
refletir que somente a diligência, e não a correria será capaz de tornar a
experiência do tempo mais produtivo , possibilitando penetrarmos no orbe das aspirações
plausíveis.
Será
que Deus nos oferece demasiado tempo em certas conjunturas? Alguns se indagam
quais os pretextos pelos quais o Criador consente ao homem maléfico um delongado
tempo de vida física.
Por
quais razões Deus não bloqueia ou inviabiliza o desempenho reencarnatório
daqueles cujo egoísmo, ambição e maldade são mais aguçados do que a virtude do
amor? Por que o Criador não encurta o tempo de vida dos facínoras, admitindo no
mundo tão-somente os seres mais moralizados?
A
resposta é simples e intensa: porque Deus não penitencia suas criaturas, ao
invés disso, aplica o tempo e não a violência para corrigir.
Por
que o tempo nos fascina tanto e rege, de maneira implacável, as nossas vidas? Que
noção de tempo trazemos em nós? Para Einstein, o tempo só existe em relação ao
espaço. Se viajarmos no Universo numa nave espacial, o tempo passará mais lentamente
em relação aos padrões de tempo que deixamos na Terra.
A
rigor, na experiência terrena tudo na
nossa vida depende do tempo: os compromissos, as memórias e até os planos
futuros. Contudo , uma equipe de investigadores da Universidade de Harvard e do
Instituto Astellas de Medicina Regenerativa tem sugerido que, afinal, o tempo é
algo completamente subjetivo e só existe na mente de cada um.
Na
verdade, a noção de tempo acompanha o ser humano desde os primórdios de
sua evolução, nos instantes em que o
homem começou a filosofar sobre a natureza. Hoje, o padrão de tempo para fins científicos
é uma contagem contínua de segundos determinada não através de múltiplos
relógios atômicos espalhados ao redor da Terra, sendo conhecido como Tempo
Atômico Internacional (TAI). Além disso, o padrão de tempo atual conforme
estabelecido pelo Sistema Internacional de Unidades (S. I.) tem por base os
princípios da relatividade, tendo por modelo periódico as oscilações da
radiação eletromagnética.
É
por isto que, por subidas razões, os Espíritos esclarecidos não nos desviam
para os ardis dos tempos cronológicos ou nos induzem para os cipoais dos prazos
impostos. Não faz sentido lógico profecias coercitivas! As suas alusões são
outras.
Os
antigos gregos tinham duas medidas de tempo, vinculadas a deuses diferentes:
Chronos ligado às coisas materiais e Kairós ao momento oportuno. Entretanto, a
certeza da imortalidade da alma altera o
nosso conceito de tempo. Mister é considerar que o tempo da nossa realidade
essencial é medido pelas diversas experiências suportadas individualmente. É o
tempo do nosso aprendizado, que pode ser mais longo ou encurtado, porém,
firmemente vinculado ao nosso tempo consciencial.
Façamos
uma ligeira digressão sobre o presente (“aqui e agora”). O que refletimos sobre
isso? Permanecemos hipnotizados no retrovisor do pensamento sob o guante da
pós-ocupação, olhando para o pretérito, paralisando o “aqui e agora”? Será que estamos
preocupados com o futuro, abafando o “aqui e agora”, algemados na ansiedade?
Quantas
vezes promovemos vãs tentativas de dominar ou conter o tempo, entretanto o “aqui
e agora” é o tempo da vida, sim! É uma dádiva, um valiosíssimo presente de
Deus. É este o momento que nos ajeita os ensejos para adaptar o futuro e aplacar
os equívocos do antanho.
Obviamente,
o tempo do Criador não é o tempo da criatura! O tempo de Deus é primoroso, não
há anacronismos. O tempo do Dono do Universo dimana para execução do Seu desígnio
ou vontade. Não há passado e nem futuro. Ninguém consegue medir ou cronometrar,
todavia o tempo divino atua na história da criatura consoante à vontade do
adorável Criador.
Muitos
temem a passagem do tempo, por causa da velhice, da enfermidade e da morte.
Contudo, é um temor bastardo que carece ser dissipado, sopesando a visão do
tempo infindo que nos impulsiona na senda da evolução como espíritos imortais
que somos rumo a pura, completa e eterna felicidade.