Jorge Hessen
Por que será que o mundo
virtual vem fascinando mais do que a vida que se levava 40 anos atrás?
Permanecer neste mundo
utópico, seduzidos pelas ondas eletromagnéticas da Internet, diante das novas
mídias, será por desconfiança? Timidez? Sujeição? Carência de amor próprio?
Insegurança? Solidão?
Ou será ingênuo encantamento, necessidade de
aventuras, realização de feitos inenarráveis, ultrapassar limites, provocar
reações e alvoroços?
É evidente que o uso
exagerado dos aparelhos tecnológicos torne as pessoas mais ausentes. Basta observemos que não são poucas as pessoas
que se distraem de uma tarefa para checar seu perfil nas redes sociais, ou
perdem uma conversa na mesa do restaurante porque vão responder mensagens no celular
etc...
Pesquisas mostram que nosso “foco”- ou
concentração média é de 3 a 5 minutos antes que acabemos nos distraindo, no
estudo ou no trabalho. A maioria dessas
distrações são tecnológicas (alertas de mensagens, “torpedos”, e-mails etc)
As pessoas estão
muito empolgadas com a tecnologia e agem
como crianças em uma loja de doces: querendo experimentar tudo. Muitos pais talvez se preocupem com o tempo
gasto por seus filhos – e por eles próprios – na internet, mas provavelmente
poucos (pais e filhos) ousariam passar seis meses completamente longe da web,
da TV e de celulares.
Porém uma coisa é certa, qualquer família que
não se permite ficar algemada nas redes sociais virtuais; que não é obcecada pela tecnologia
consegue atrair amigos e parentes
e acende a chama da boa conversação
presencial com pessoas queridas.
É verdade que com as novas mídias tecnológicas interligadas
pela Internet consegue-se atingir uma população anônima que não pode ou nem
sempre vai a um Centro Espírita.
Ao ponderarmos
positivamente sobre a capacidade de persuasão das novas mídias, somos
compelidos a refletir sobre a antevisão de Kardec no século XIX, quando
pronunciou:
"uma vulgarização em larga escala,
feita nos jornais de maior circulação, levaria ao mundo inteiro, até às
localidades mais distantes, o conhecimento das ideias espíritas, despertaria o
desejo de aprofundá-las e, multiplicando-lhes os adeptos, imporia silêncio aos
detratores, que logo teriam de ceder, diante do ascendente da opinião geral"(1)
Vejamos que há dois mil
anos, Paulo de Tarso teve que andar a pé, cerca de 15 mil quilômetros, para divulgar a Boa Nova. Hoje, Deus nos oportuniza, do conforto da
nossa casa, participar de estudos interativos em "salas espíritas" -
a exemplo do uso do Google Meet e etc... e, com isso, espalharmos a Terceira
Revelação aos mais longínquos recantos da Terra. Isso é inegável!
Devemos acreditar na
força da realidade virtual como meio prestigioso de publicação espírita. Entendemos que em poucos anos as novas mídias
tecnológicas virtuais serão as maiores vias de interação do movimento espírita
mundial.
Por esses recursos tecnológicos os jornais,
revistas e livros espíritas poderão ser disponibilizados em hipertexto , em
versões de consulta simplificada.
Relatos específicos deverão ser colecionados e
indexados para pesquisa rápida. Atualmente pode ser disponibilizada nas novas
mídias toda literatura das obras básicas da Doutrina dos Espíritos.
Ou seja, apesar de tudo, estamos diante da
possibilidade de construirmos e acessarmos instantaneamente todas as
informações espiritas em todos ambientes culturais da Humanidade. Basta
sabermos utilizar os ferramentais cibernéticos de forma coerente.
Referência:
1 - Kardec, Allan Obras Póstumas -Projeto 1868, Rio de Janeiro:
Ed
FEB, 2001