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  • terça-feira, 22 de abril de 2025

    O mundo virtual como propulsor do conhecimento das ideias espíritas



    Jorge Hessen

    Por que será que o mundo virtual vem fascinando mais do que a vida que se levava 40 anos atrás?

    Permanecer neste mundo utópico, seduzidos pelas ondas eletromagnéticas da Internet, diante das novas mídias, será por desconfiança? Timidez? Sujeição? Carência de amor próprio? Insegurança? Solidão?

     Ou será ingênuo encantamento, necessidade de aventuras, realização de feitos inenarráveis, ultrapassar limites, provocar reações e alvoroços?

    É evidente que o uso exagerado dos aparelhos tecnológicos torne as pessoas mais ausentes.  Basta observemos que não são poucas as pessoas que se distraem de uma tarefa para checar seu perfil nas redes sociais, ou perdem uma conversa na mesa do restaurante porque vão responder mensagens no celular etc...

     Pesquisas mostram que nosso “foco”- ou concentração média é de 3 a 5 minutos antes que acabemos nos distraindo, no estudo ou no trabalho.  A maioria dessas distrações são tecnológicas (alertas de mensagens, “torpedos”, e-mails etc)

    As pessoas estão muito  empolgadas com a tecnologia e agem como crianças em uma loja de doces: querendo experimentar tudo.  Muitos pais talvez se preocupem com o tempo gasto por seus filhos – e por eles próprios – na internet, mas provavelmente poucos (pais e filhos) ousariam passar seis meses completamente longe da web, da TV e de celulares.

     Porém uma coisa é certa, qualquer família que não se permite ficar algemada nas redes sociais virtuais;  que não é obcecada pela  tecnologia  consegue atrair amigos e  parentes e acende  a chama da boa conversação presencial com pessoas queridas.

    É verdade que  com as novas mídias tecnológicas interligadas pela Internet consegue-se atingir uma população anônima que não pode ou nem sempre vai a um Centro Espírita.

    Ao ponderarmos positivamente sobre a capacidade de persuasão das novas mídias, somos compelidos a refletir sobre a antevisão de Kardec no século XIX, quando pronunciou:

     "uma vulgarização em larga escala, feita nos jornais de maior circulação, levaria ao mundo inteiro, até às localidades mais distantes, o conhecimento das ideias espíritas, despertaria o desejo de aprofundá-las e, multiplicando-lhes os adeptos, imporia silêncio aos detratores, que logo teriam de ceder, diante do ascendente da opinião geral"(1)

    Vejamos que há dois mil anos, Paulo de Tarso teve que andar a pé, cerca de 15  mil quilômetros, para divulgar a Boa Nova.  Hoje, Deus nos oportuniza, do conforto da nossa casa, participar de estudos interativos em "salas espíritas" - a exemplo do uso do Google Meet e etc... e, com isso, espalharmos a Terceira Revelação aos mais longínquos recantos da Terra. Isso é inegável!

    Devemos acreditar na força da realidade virtual como meio prestigioso de publicação espírita.  Entendemos que em poucos anos as novas mídias tecnológicas virtuais serão as maiores vias de interação do movimento espírita mundial.

     Por esses recursos tecnológicos os jornais, revistas e livros espíritas poderão ser disponibilizados em hipertexto , em versões de consulta simplificada.

     Relatos específicos deverão ser colecionados e indexados para pesquisa rápida.  Atualmente pode ser disponibilizada nas novas mídias toda literatura das obras básicas da Doutrina dos Espíritos.

     Ou seja, apesar de tudo, estamos diante da possibilidade de construirmos e acessarmos instantaneamente todas as informações espiritas em todos ambientes culturais da Humanidade. Basta sabermos utilizar os ferramentais cibernéticos de forma coerente.

     Referência:

    1 - Kardec, Allan  Obras Póstumas -Projeto 1868, Rio de Janeiro: Ed

     FEB, 2001