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  • segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

    A vertigem de poucos "gatos pingados" kardequiólogos plantonistas


     

    Jorge Hessen

    Brasília-DF

     

    No Livro dos Espíritos, Kardec perguntou sobre a existência de mundos-estação para espíritos errantes, e os Espíritos confirmaram que sim, existem mundos transitórios ou estações de repouso, semelhantes a "bivaques de campos" para descanso.

    O Codificador situou os princípios da vida no mundo espiritual, aludindo a “mundos transitórios" ou “estações de repouso” para espíritos errantes; portanto, descreveu a “erraticidade” como tendo uma estrutura fluídica, onde espíritos desenvolvem vida, trabalho e organização, embora não tenha detalhado a forma exata dessas "cidades" ou "colônias" erráticas.

    Enquanto Kardec focava nas bases genéricas e na natureza semimaterial do perispírito, as obras subsidiárias posteriores (como as do Reverendo Georges Orwell, André Luiz, Yvonne do Amaral Pereira, Divaldo Franco, Raul Teixeira, Zilda Gama, etc.) trouxeram a descrição detalhada dessas organizações, confirmando as noções de vida intensa, trabalho e organização sociocultural na “erraticidade”.

    Kardec era acautelado em não detalhar temas de extemporânea verificação, focando, portanto, nos princípios universais e evitando descrições muito específicas da vida pós-morte, que ele considerava que seriam gradualmente e fatalmente reveladas.

    As revelações de além-túmulo pós-codificação, prevista pelo Codificador, não contradizem e nem poderiam contradizer o Espiritismo, mas subsidiam e alargam as informações, despontando que as "estações" ou "bivaques de campos" de Kardec evoluíram para complexas "colônias" à medida que a humanidade (e os Espíritos) prosseguiam no entendimento, como antevisto em livros como O Céu e o Inferno e alguns artigos publicados na Revista Espírita.

    Portanto, Kardec deu o alicerce (mundos transitórios/estações/bivaques), e as revelações posteriores detalharam essas "estações" como colônias espirituais organizadas e habitáveis, mostrando que a vida no além-tumba é pulsante, organizada e cheia de atividades, contudo com uma extemporaneidade que o Codificador no curtíssimo interregno de 1855 a 1869 não teve tempo hábil de detalhar minuciosamente por serem evidentemente muito graduais as revelações dos Espíritos.

    Por sua vez, Léon Denis — o Consolidador do Espiritismo — via o mundo espiritual como a verdadeira pátria eterna das almas, um ambiente onde a vida continua de forma análoga, porém superior em beleza, à vida terrestre. Embora não tenha se aprofundado em descrições detalhadas de colônias espirituais específicas, descreveu os princípios e a natureza da vida no além.

    Denis enfatizava a continuidade da vida após a morte, em que os espíritos mantêm sua individualidade e a vida no além é uma extensão da vida terrena, com ambientes semelhantes, mas mais maleáveis e etéreos.  Portanto, ele descreveu sim que os espíritos se comprazem em reconstituir meios semelhantes aos que frequentavam na Terra, mas superiores, usando fluidos mais flexíveis

    Isso implica a existência de locais de refúgio, trabalho e estudo, que seriam análogos às colônias espirituais descritas por outros autores, embora ele não as tenha nomeado ou detalhado extensivamente em suas obras principais.

    Léon Denis forneceu as bases filosóficas e morais sobre o mundo espiritual, descrevendo-o como um plano de justiça e evolução, onde cada um encontra seu lugar de acordo com seu estado moral e onde a vida prossegue de forma ativa e proposital.

    Embora a empáfia de alguns “gatos pingados” apetecidos “Doutores” de Kardec, não há um consenso científico unificado que "negue" ou "confirme" categoricamente as colônias espirituais, que, diga-se para vertigem, dos kardequiólogos de plantão, são hoje um pilar do Espiritismo no Mundo.