Jorge Hessen
Brasília-DF
Septuagenário que sou, sempre me mantive ideologicamente apartidário por convicção. Não obstante, ao acompanhar os acontecimentos nacionais e internacionais, percebo que o medo de expressar opiniões cristãs — especialmente políticas e ideológicas —é uma realidade em muitas partes do mundo, especialmente em países de regime totalitário ou unipartidário, onde a liberdade individual é um conto de fadas.
A história recente demonstra que, quando grupos políticos se perpetuam no poder, frequentemente recorrem à violência, à censura e à desordem institucional, corroendo o Estado Democrático de Direito.
Recordo que no Brasil, mesmo em um período de fortes tensões políticas, destaca-se o episódio histórico de 1971, quando Chico Xavier participou com absoluta liberdade do programa Pinga-Fogo, manifestando-se com equilíbrio, patriotismo e respeito à ordem social.
Na ocasião, Chico ressaltou a importância da oração como expressão legítima da liberdade espiritual e do espírito democrático do Cristianismo, enfatizando que a ordem social é um bem precioso, muitas vezes apenas valorizado quando perdido. Alertou também para os riscos das ideologias totalitárias que promovem a desagregação moral e social, defendendo a preservação da liberdade responsável, aquela que não fere o bem coletivo.
Como espíritas, não nos cabe rotular-nos como conservadores ou progressistas, mas como cristãos conscientes. A liberdade humana é concessão divina e exige vigilância, responsabilidade e ação no bem. A omissão jamais foi boa conselheira na defesa da ordem e da paz social.
Sem alarmismos, mas com lucidez, é dever do cidadão — aliado à oração e ao compromisso moral — participar da vida pública por meios legítimos e pacíficos, cooperando para que o Brasil e o mundo avancem rumo a uma sociedade mais justa, menos polarizada e verdadeiramente fundamentada nos princípios da liberdade, igualdade e fraternidade.
Mas debaixo da alquebrada cantilena de “socorrer os pobres” (escravizá-los) alicerçam-se as bases para a perpetuação do ambicionado poder absoluto, como já ocorre nalguns países (vide ao final deste artigo).
Oremos, imploremos muito, para que os meus argumentos aqui expressos sejam meras ilusões e que PRESENTEMENTE tudo esteja em perfeita ordem no Brasil. Porém, infelizmente, a perseguição aos cristãos na China pelo partidão chinês intensificou-se drasticamente em 2025, expandindo-se das igrejas domésticas não registradas para incluir até mesmo congregações oficiais e reconhecidas pelo Estado.
O governo chinês, liderado pelo partidão “Partido Comunista (PCC)”, vê a fé como uma ameaça ao seu controle totalitário e à ideologia ateísta.
As autoridades exigiram que dezenas de milhares de templos instalassem câmeras de vigilância monitoradas pela polícia, muitas vezes apontadas diretamente para púlpitos e altares. O uso de tecnologia de ponta, como reconhecimento facial e monitoramento online, é comum. (Pasmem!!!!)
Novas normas proíbem líderes religiosos de disseminar informações religiosas online, realizar transmissões ao vivo ou usar redes sociais para atividades religiosas, restringindo as reuniões a plataformas controladas pelo governo.
Em face disso, dezenas de pastores e líderes religiosos foram presos ou desapareceram em novas ondas de repressão. Sabe-se que mais de 10.000 templos foram fechados nos últimos anos, e as autoridades frequentemente ordenam a remoção de símbolos religiosos não alinhados à ideologia comunista (ateísta).
Jovens menores de 18 anos estão proibidos de frequentar igrejas ou receber instrução religiosa. Atualmente, as igrejas oficiais que operavam dentro da lei estão sendo alvo, com líderes condenados à prisão por resistirem às ordens do governo.
A China está na Lista Mundial da Perseguição 2025 da Missão Portas Abertas de países mais perigosos para ser cristão. Organizações de direitos humanos internacionais, como a Anistia Internacional e a ChinaAid, têm denunciado essas ações e apelado pela libertação dos líderes religiosos e pelo respeito à liberdade de crença.
Além da China, uma série de países, especialmente na África, no Oriente Médio e na Ásia, apresenta níveis extremos ou muito elevados de perseguição aos cristãos. A Open Doors International, uma organização que monitora a perseguição religiosa globalmente, publica uma lista anual (World Watch List) que classifica essas nações.
Entre os países com maior perseguição a cristãos está a Coreia do Norte , considerada o país mais perigoso para os cristãos, onde a devoção a qualquer entidade que não seja a família do líder supremo é vista como uma ameaça à liderança do país, podendo levar à execução ou a campos de trabalho forçado.
Será que o Brasil algum dia constará nessa lista daqui a algum tempo?
Com a palavra “o povo cristão”!
