O Brasil desperdiça US$ 250 bilhões a cada doze meses, o que eqüivale a 1/4 do PIB (Produto Interno Bruto), aproximadamente. É inaceitável que um País negligencie valores de tamanha proporção pelos bens e serviços produzidos em um ano, por invigilância e insensatez da sociedade, de um modo geral, e das autoridades no poder de fiscalização.
Reduzindo-se o desperdício em, pelo menos, US$ 30 bilhões/ano, um milhão de empregos seriam gerados, isso mesmo(!), um milhão de novos postos de trabalho - nos vários setores de produção -, segundo atestam os especialistas.
Existem inúmeros desperdícios de difícil quantificação, mas identificáveis pelas lupas dos estudiosos, seja na construção civil, no saneamento básico, no funcionalismo público, no consumo de água, etc. Muitos de nós já presenciamos, nas estradas brasileiras, o desperdício de grãos transportados nas carrocerias dos caminhões que, numa rápida vista-de-olhos, parece-nos "insignificante." No entanto, esse desperdício representa uma significativa perda para os cofres públicos, que poderia ser evitado, não fosse o descaso das autoridades competentes, em nossas rodovias, quanto a fiscalizar com mais rigor a condução de tais produtos. Como se não bastasse, há, ainda, o sério problema da estocagem de grãos, feita de maneira imprópria em vários armazéns do país, de que temos notícia, redundando em vultosos prejuízos para a Nação. Até quando?
Cerca de 30% dos alimentos produzidos no Brasil vão parar no lixo, sem qualquer chance de aproveitamento. Essa é a conclusão de um estudo realizado pela Associação Prato Cheio (1), que visa combater ao mesmo tempo a fome e o desperdício de alimentos nos centros urbanos.(2). O processo de perda de produtos tem início logo após a colheita, na zona rural. Muitos alimentos são encaixotados sem cuidado e em recipientes não apropriados.
No tópico desperdício de energia elétrica, segundo dados da Eletrobrás, a indústria brasileira consome cerca de 9,2 milhões de MW/h, dos quais 31% poderiam ser economizados. Estima que o segmento consuma cerca de 9,2 milhões de MW/h, dos quais 31% poderiam ser economizados. O setor é o que mais consome energia elétrica e é o que mais desperdiça. Já no segmento comercial, pelos cálculos da Eletrobrás, seria possível economizar até 18,9% dos 5,6 milhões de MW/h consumidos. Na área residencial o desperdício também é grande. O segmento consome cerca de 7,5 milhões de MW/h, e poderia economizar até 25% desse total. (3)
Nas situações inusitadas, igualmente, presenciamos desperdícios. Quantas vezes observamos nos banheiros públicos alguns usuários que, para enxugarem as mãos, pegam exageradamente muito mais que duas folhas de papel toalha? É um gesto "insignificante" que revela falta de educação, de respeito ao próximo, do desperdício do material coletivo. A cidadania plena deve ser exercida nos pequenos gestos que, no conjunto da população, fazem uma grande diferença. São inúmeros os outros pequenos gestos que poderiam ser educados, como, por exemplo: torneira aberta, luz acesa, lixo nas ruas, poluentes no ar e nos rios, etc.. Tudo isso pode ser evitado se, paralelamente, à educação familiar, fosse incluída a cidadania familiar.
Realmente, há um gravíssimo problema a considerar: estamos usando mal nossa água potável. Sabe-se que quase metade do volume recolhido nas fontes não chega até as torneiras das residências brasileiras. Há, no meio do trajeto, vazamentos nos encanamentos, erros na medição do consumo e desvios provenientes de ligações clandestinas.(4) O levantamento é do ISA (Instituto Socioambiental), organizador da campanha "De Olho nos Mananciais", que tem por objetivo alertar a população para o uso racional da água. Essa realidade é, realmente, preocupante. O recurso está ficando cada vez mais escasso.
Segundo pesquisas atuais - é importante salientar - a perda de água nas capitais brasileiras é de 6,14 bilhões de litros por dia, ou seja, 2.457 piscinas olímpicas, a cada 24 horas. Isso eqüivale a 45% de toda a água retirada das fontes. A campeã do desperdício é Porto Velho, com 78,8% de perda. Depois, vêm Rio Branco (74,6%) e Manaus (72,5%). Em volume absoluto de água desperdiçada, o Rio de Janeiro está em primeiro lugar, com 619 piscinas olímpicas por dia. Em seguida, aparecem São Paulo (426) e Salvador (160). Das 27 capitais brasileiras, em apenas seis, a população possui o serviço de distribuição domiciliar de água tratada. As menores taxas de atendimento são as de Porto Velho (30,6% da população), Rio Branco (56,2%) e Macapá (58,5%). A capital campeã, em consumo de água, é Vitória, com 236 litros por habitante por dia. Logo após, estão Rio de Janeiro (226) e São Paulo (221). A ONU recomenda o uso de 110 litros, por habitante, por dia.(5)
Aprendamos, pois, como economizar água nas diversas situações da vida cotidiana. A exemplo do banho diário, habituemos a fechar a torneira ao nos ensaboarmos. Quando escovarmos os dentes, molhemos a escova, fechemos a torneira e, ao enxaguarmos a boca, usemos um copo com água. Ao lavarmos aos mãos, lavarmos o rosto, ou ao fazermos a barba, sejamos igualmente racionais. Mantenhamos, sempre, a válvula da descarga bem regulada e consertemos quaisquer vazamentos, assim que forem identificados. Ao lavarmos a louça, primeiramente, limpemos os restos de comida, contidos nos pratos e nas panelas, para, em seguida, usarmos a esponja com sabão, previamente molhada. Para finalizarmos a tarefa, abramos a torneira para enxaguá-los. Lavar roupa, também exige disciplina. Deixemos acumular uma quantidade razoável de peças, lavando-as de uma só vez, pois assim estaremos usando, racionalmente, esse tão precioso líquido. Após colocarmos água no tanque, não há necessidade de mantermos a torneira aberta enquanto ensaboamos a roupa, e aproveitemos a água do enxágüe para lavar o quintal. Dessa forma, estaremos economizando não somente água, mas energia elétrica (para quem usa máquina de lavar). Quanto aos jardins, molhemos as plantas, usando um regador, em vez de utilizarmos a mangueira. Ao limparmos a Calçada, basta que usemos a vassoura.
Evitemos desperdícios, até, porque, diante dos fatos, não podemos acusar a natureza, a vida, Deus, o clima, o País, etc., pelo que é, apenas, conseqüência da imperícia, imprevidência, e irresponsabilidade de cada um de nós. A propósito, lemos certa ocasião lemos a obra Alvorada Cristã, ditada pelo Espírito Neio Lúcio, Cap. 14 - O descuido impensado (6) , a respeito de uma costureira que não se preocupava em aproveitar, durante o seu labor, as "insignificantes" sobras de linha de costura. Por esse motivo, voltou a encarnar com o espinhoso compromisso cármico de lidar com o campo, para cultivar e cuidar de algodoeiros, a fim de que fosse reparado o desperdício inobservado. A lição é significativa e nos desperta, também, para a interessante reflexão: O que temos feito das "insignificantes" sobras, resultantes da nossa contumaz rebeldia contra as diretrizes da natureza?
Jorge Hessen
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site: http://jorgehessen.net
FONTES:
(1) Disponível em <>
(2) Disponível em <> acessado em 06/12/2007
(3) Disponível em http://www.estadao.com.br/arquivo/economia/2007/not20070201p19525.htm acessado em 01 de dezembro de 2007
(4) Para chegar à quantidade de água perdida na rede, a conta é a seguinte: faz-se a subtração entre o que é retirado dos mananciais (a medição acontece nas Estações de Tratamento de Água) e o que é consumido pela população. Por isso, acaba sendo computado como perda, além de vazamentos, os erros de medição, as fraudes nos hidrômetros e as ligações clandestinas de água.
(5) Disponível em http://revistadasemana.abril.com.br/edicoes/13/ambiente/materia_ambiente_261265.shtml acessado em 06 de dezembro de 2007
Reduzindo-se o desperdício em, pelo menos, US$ 30 bilhões/ano, um milhão de empregos seriam gerados, isso mesmo(!), um milhão de novos postos de trabalho - nos vários setores de produção -, segundo atestam os especialistas.
Existem inúmeros desperdícios de difícil quantificação, mas identificáveis pelas lupas dos estudiosos, seja na construção civil, no saneamento básico, no funcionalismo público, no consumo de água, etc. Muitos de nós já presenciamos, nas estradas brasileiras, o desperdício de grãos transportados nas carrocerias dos caminhões que, numa rápida vista-de-olhos, parece-nos "insignificante." No entanto, esse desperdício representa uma significativa perda para os cofres públicos, que poderia ser evitado, não fosse o descaso das autoridades competentes, em nossas rodovias, quanto a fiscalizar com mais rigor a condução de tais produtos. Como se não bastasse, há, ainda, o sério problema da estocagem de grãos, feita de maneira imprópria em vários armazéns do país, de que temos notícia, redundando em vultosos prejuízos para a Nação. Até quando?
Cerca de 30% dos alimentos produzidos no Brasil vão parar no lixo, sem qualquer chance de aproveitamento. Essa é a conclusão de um estudo realizado pela Associação Prato Cheio (1), que visa combater ao mesmo tempo a fome e o desperdício de alimentos nos centros urbanos.(2). O processo de perda de produtos tem início logo após a colheita, na zona rural. Muitos alimentos são encaixotados sem cuidado e em recipientes não apropriados.
No tópico desperdício de energia elétrica, segundo dados da Eletrobrás, a indústria brasileira consome cerca de 9,2 milhões de MW/h, dos quais 31% poderiam ser economizados. Estima que o segmento consuma cerca de 9,2 milhões de MW/h, dos quais 31% poderiam ser economizados. O setor é o que mais consome energia elétrica e é o que mais desperdiça. Já no segmento comercial, pelos cálculos da Eletrobrás, seria possível economizar até 18,9% dos 5,6 milhões de MW/h consumidos. Na área residencial o desperdício também é grande. O segmento consome cerca de 7,5 milhões de MW/h, e poderia economizar até 25% desse total. (3)
Nas situações inusitadas, igualmente, presenciamos desperdícios. Quantas vezes observamos nos banheiros públicos alguns usuários que, para enxugarem as mãos, pegam exageradamente muito mais que duas folhas de papel toalha? É um gesto "insignificante" que revela falta de educação, de respeito ao próximo, do desperdício do material coletivo. A cidadania plena deve ser exercida nos pequenos gestos que, no conjunto da população, fazem uma grande diferença. São inúmeros os outros pequenos gestos que poderiam ser educados, como, por exemplo: torneira aberta, luz acesa, lixo nas ruas, poluentes no ar e nos rios, etc.. Tudo isso pode ser evitado se, paralelamente, à educação familiar, fosse incluída a cidadania familiar.
Realmente, há um gravíssimo problema a considerar: estamos usando mal nossa água potável. Sabe-se que quase metade do volume recolhido nas fontes não chega até as torneiras das residências brasileiras. Há, no meio do trajeto, vazamentos nos encanamentos, erros na medição do consumo e desvios provenientes de ligações clandestinas.(4) O levantamento é do ISA (Instituto Socioambiental), organizador da campanha "De Olho nos Mananciais", que tem por objetivo alertar a população para o uso racional da água. Essa realidade é, realmente, preocupante. O recurso está ficando cada vez mais escasso.
Segundo pesquisas atuais - é importante salientar - a perda de água nas capitais brasileiras é de 6,14 bilhões de litros por dia, ou seja, 2.457 piscinas olímpicas, a cada 24 horas. Isso eqüivale a 45% de toda a água retirada das fontes. A campeã do desperdício é Porto Velho, com 78,8% de perda. Depois, vêm Rio Branco (74,6%) e Manaus (72,5%). Em volume absoluto de água desperdiçada, o Rio de Janeiro está em primeiro lugar, com 619 piscinas olímpicas por dia. Em seguida, aparecem São Paulo (426) e Salvador (160). Das 27 capitais brasileiras, em apenas seis, a população possui o serviço de distribuição domiciliar de água tratada. As menores taxas de atendimento são as de Porto Velho (30,6% da população), Rio Branco (56,2%) e Macapá (58,5%). A capital campeã, em consumo de água, é Vitória, com 236 litros por habitante por dia. Logo após, estão Rio de Janeiro (226) e São Paulo (221). A ONU recomenda o uso de 110 litros, por habitante, por dia.(5)
Aprendamos, pois, como economizar água nas diversas situações da vida cotidiana. A exemplo do banho diário, habituemos a fechar a torneira ao nos ensaboarmos. Quando escovarmos os dentes, molhemos a escova, fechemos a torneira e, ao enxaguarmos a boca, usemos um copo com água. Ao lavarmos aos mãos, lavarmos o rosto, ou ao fazermos a barba, sejamos igualmente racionais. Mantenhamos, sempre, a válvula da descarga bem regulada e consertemos quaisquer vazamentos, assim que forem identificados. Ao lavarmos a louça, primeiramente, limpemos os restos de comida, contidos nos pratos e nas panelas, para, em seguida, usarmos a esponja com sabão, previamente molhada. Para finalizarmos a tarefa, abramos a torneira para enxaguá-los. Lavar roupa, também exige disciplina. Deixemos acumular uma quantidade razoável de peças, lavando-as de uma só vez, pois assim estaremos usando, racionalmente, esse tão precioso líquido. Após colocarmos água no tanque, não há necessidade de mantermos a torneira aberta enquanto ensaboamos a roupa, e aproveitemos a água do enxágüe para lavar o quintal. Dessa forma, estaremos economizando não somente água, mas energia elétrica (para quem usa máquina de lavar). Quanto aos jardins, molhemos as plantas, usando um regador, em vez de utilizarmos a mangueira. Ao limparmos a Calçada, basta que usemos a vassoura.
Evitemos desperdícios, até, porque, diante dos fatos, não podemos acusar a natureza, a vida, Deus, o clima, o País, etc., pelo que é, apenas, conseqüência da imperícia, imprevidência, e irresponsabilidade de cada um de nós. A propósito, lemos certa ocasião lemos a obra Alvorada Cristã, ditada pelo Espírito Neio Lúcio, Cap. 14 - O descuido impensado (6) , a respeito de uma costureira que não se preocupava em aproveitar, durante o seu labor, as "insignificantes" sobras de linha de costura. Por esse motivo, voltou a encarnar com o espinhoso compromisso cármico de lidar com o campo, para cultivar e cuidar de algodoeiros, a fim de que fosse reparado o desperdício inobservado. A lição é significativa e nos desperta, também, para a interessante reflexão: O que temos feito das "insignificantes" sobras, resultantes da nossa contumaz rebeldia contra as diretrizes da natureza?
Jorge Hessen
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site: http://jorgehessen.net
FONTES:
(1) Disponível em <>
(2) Disponível em <> acessado em 06/12/2007
(3) Disponível em http://www.estadao.com.br/arquivo/economia/2007/not20070201p19525.htm acessado em 01 de dezembro de 2007
(4) Para chegar à quantidade de água perdida na rede, a conta é a seguinte: faz-se a subtração entre o que é retirado dos mananciais (a medição acontece nas Estações de Tratamento de Água) e o que é consumido pela população. Por isso, acaba sendo computado como perda, além de vazamentos, os erros de medição, as fraudes nos hidrômetros e as ligações clandestinas de água.
(5) Disponível em http://revistadasemana.abril.com.br/edicoes/13/ambiente/materia_ambiente_261265.shtml acessado em 06 de dezembro de 2007
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